sábado, 25 de dezembro de 2010

Honest Child


Your innocent truthfulness reveals an honest child - every word and deed, unerringly true. No thought to deceive, no seeking reprieve. May the purity of your spirit be cherished and honoured by all.

Humility


You show the humility by pursuing your endeavours with quiet confidence, preferring a life of quiet achievement. Not seeking the spotlight of fame or popular acclaim, but showing modest pride in all that you do.

Trustworthy


By honouring your word and living true to the noble values, you emulate trustworth. And let the spirit guide you in your interactions with others, and you will inspire confidence and respect.

Treasure


Discover all the precious things that bring joy, richness and beauty to your life. Embrace treasure by enjoying and cherishing all the treasures you find.

sábado, 18 de dezembro de 2010

É complicado???


Já tive várias conversas com amigos (inclui os dois sexos) meus casados ou que vivem juntos (gosto do termo “unidos de facto”) há alguns anos e todos eles têm um ponto em comum; todos eles chegam à expressão “é complicado”.

Para todos eles, deixo esta crónica da Marta Crawford. Espero que se lembrem que a vida é vossa, tal como a possibilidade de escolherem, optarem, de viverem. Se têm ao vosso lado uma pessoa de quem realmente gostam, do que é que estão à espera para mostrarem, viverem e usufruirem disso todos os dias?

Em resposta ao “é complicado”, eu afirmo que sei bem o que quero e o que não quero na minha vida… o que dá mais trabalho é o que dá mais prazer e sorrisos!!!

“Atitudes
Segunda-feira não dá: terça não apetece; quarta há bola; quinta dá a “Anatomia de Grey” e sexta estamos mortos. Felizmente existem fins-de-semana. Altura ideal para o sexo. Acorda-se mais tarde, pequeno-almoço, e corre-se para o supermercado para fazer as compras para a semana, almoçar na casa dos sogros, tratar da lida da casa e levar os miúdos ao parque se não estiver a chover, caso contrário liga-se a TV. Sábado fica arrumado! A esperança passa para domingo: acordar cedo se estiver bom tempo e dar uma volta, fazer trabalhos de casa com os miúdos, preparar as coisas para a semana seguinte e ir almoçar à mãe. Almoço tardio e sessão da tarde. A noite aparece depressa e começa o stress. Sexo? Ups! Nem vê-lo, não houve tempo! Segunda damos um beijo de língua antes de sair, trocamos SMS picantes de manhã, pensei nele à tarde e quando chegamos a casa ele deu-me um abraço que me soube mesmo bem. Adormecemos de conchinha. Acordamos bem-dispostos, alguém esperou por mim no duche. Adoro que me lave a cabeça. Saímos atrasados e animados e o dia passou a voar, logo à noite apetece mesmo… a imaginação não pára. Miúdos na cama e frenesim no sofá. Que maravilha! Quarta que se lixe a bola e quinta que se lixem as novelas, temos tanta coisa para falar e… Sexta pôr as crianças na sogra e jantar fora com tinto… noite gloriosa, de manhã outra vez, sabe bem. Está sol, vamos passear, vamos buscar os miúdos, a vida é bela!
A atitude faz a diferença: escolher entre uma vida cheia e uma vida vazia, a opção é sua.”

domingo, 12 de dezembro de 2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

I am who I am


Se há coisa que não consigo ser é hipócrita... A minha cara denunciar-me-ia logo... Outra coisa que não consigo ser é incoerente... O meu cérebro chamar-me-ia à razão... Por isso, a minha vida e as minhas emoções continuam a ser regidas pelo triângulo C: cabeça-coração-corpo.
Tudo o que o meu corpo faz, o coração e a cabeça autorizam. Tudo o que o meu coração sente, o corpo colabora e a cabeça aceita. Tudo o que a minha cabeça pensa, o coração interpreta e o corpo exprime.
Adriana

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Negócios da China!

Compreendo que os objectivos de quem anda nestas “andanças” não sejam todos iguais, acredito até que alguns até têm boas intenções. Porém, continuo a achar todos aqueles colóquios de auto-ajuda, de desenvolvimento pessoal uma aldrabice, uma seita de comércio de conceitos bonitinhos!!!

É como aqueles bombons de recheio intragável que vêm embrulhados nos papelinhos dourados, barulhentos e chamativos para as criancinhas.

A finalidade até que é boa, mas a partir do momento que se “vendem” e “compram” pacotes de “como alcançar o sucesso profissional” (ou amoroso), tudo se transforma, para mim, em pura “burlice”.

Desejo a todos os que acreditam a maior felicidade do mundo e, caso eu esteja enganada, me mostrem isso mesmo. Enquanto isso, vou desenvolvendo as minhas capacidades profissionais, sociais e académicas, esforçando-me para ser uma melhor pessoa a cada dia que passa, com uma fortaleza emocional e espiritual dentro de mim. E esse segredo é exclusivamente meu, não se aplica a mais ninguém.
Adriana

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A felicidade presente


Ao longo destes 6 meses, partilhei o resumo que fiz do livro "A Conquista da Felicidade", de Bertrand Russel.
É um livro simples, que dá muito ensinamentos da forma como evitar a infelicidade e alcançar a felicidade. A felicidade que ele fala não é aquela sensação temporária e efémera, é aquele sentimento diário de tranquilidade, paz e amor.
Espero que tenham gostado.
Adriana

"A Conquista da Felicidade", parte 2.8 (O Homem Feliz)


“Há coisas indispensáveis à felicidade da maioria dos homens, mas são coisas simples: a alimentação, a casa, a saúde, o amor, o êxito no trabalho, o respeito das pessoas que nos rodeiam. Para alguns, ter filhos é também essencial. Quando tais coisas faltam, somente o homem excepcional é capaz de alcançar a felicidade.”

“Quando as circunstâncias exteriores não forem manifestamente desfavoráveis, o homem deve ser capaz de alcançar a felicidade, se as suas paixões e interesses forem dirigidos para o mundo exterior, em vez de se concentrarem em si próprio. Devemos pois procurar, tanto na educação como nos esforços de adaptação ao mundo, evitar essas paixões egocêntricas e adquirir afeições e interesses que impeçam os nossos pensamentos de se fixarem perpetuamente em nós próprios.”

É o medo a principal razão que torna os homens tão relutantes em aceitar a verdade dos factos e tão desejosos de se envolverem no manto quente do mito.

“Além disso, os que se aludem a si próprios geralmente têm, no fundo, a consciência de que o fazem, e vivem em permanente estado de apreensão, com receio de que um acontecimento desagradável os obrigue a encarar a verdade.”

O homem feliz é o que vive objectivamente, o que tem afeições livres e interesses vastos, o que garante a sua felicidade com esses interesses e afeições, pois eles, por seu turno, tornam-se objecto de interesse e afeição para muitos outros.”

“Os moralistas tradicionais, por exemplo, dirão que o amor deve ser desinteressado. Em certo sentido têm razão, pois o amor não deve ser egoísta em excesso, mas, segundo toda a evidência, deve ser de tal natureza que a felicidade do próprio indivíduo esteja ligada ao seu sucesso.”

“Graças a tais interesses, um homem acaba por se sentir simples elo da corrente da vida e não sólida entidade isolada, à maneira das bolas de bilhar que não têm qualquer relação umas com as outras a não ser quando se chocam. Toda a infelicidade resulta de uma desintegração ou falta de integração; há desintegração no Eu por falta de coordenação entre o consciente e o inconsciente; há falta de integração entre o Eu e a sociedade quando os dois não estão unidos pela força dos interesses e afeições objectivas. O homem feliz é aquele que não sofre de nenhuma destas faltas de unidade, cuja personalidade não está dividida contra si própria nem em conflito com o mundo. Um tal homem sente-se cidadão do universo, goza livremente o espectáculo que ele lhe oferece e as alegrias que lhe permite, sem se perturbar com o pensamento da morte, porque realmente não se sente separado daqueles que vierem depois dele. É nessa união profunda e instintiva com a corrente da vida que se podem encontrar as alegrias mais intensas.”
Bertrand Russel

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"A Conquista da Felicidade", parte 2.7 (Esforço e resignação)

“É necessário recorrer ao meio-termo para estabelecer o equilíbrio entre o esforço e a resignação.”

“A felicidade não é, a não ser nalguns casos muito raros, uma coisa que caia na boca como um fruto maduro pelo simples concurso de circunstâncias propícias. (…) Pois num mundo tão cheio de infortúnios evitáveis e inevitáveis, de doenças e complicações psicológicas, de luta, miséria e má vontade, o homem ou a mulher que quiser ser feliz tem de encontrar os meios de lutar contra as múltiplas causas de infelicidade a que todos os indivíduos estão expostos.”

“A felicidade deve ser, para a maior parte dos homens e mulheres, uma realização mais do que uma dádiva dos deuses e nessa realização o esforço, tanto interior como exterior, representa um papel muito importante.

"Um certo desejo de poder deve ser, portanto, aceite como parte do equipamento dos homens com que pode ser formada uma sociedade sã.”

Muitas pessoas impacientam-se ou encolerizam-se por qualquer ninharia que não corre ao seu gosto, e assim desperdiçam uma grande quantidade de energia que podia ser empregada com maior utilidade.”

“Algumas pessoas são incapazes de suportar com paciência esses pequenos dissabores que compõem, se a isso lhes dermos azo, uma grande parte da nossa vida. Ficam furiosos quando perdem o comboio, cheios de raiva quando o jantar está mal cozinhado, desesperados quando o fogão enche a casa de fumo, e proferem ameaças terríveis contra toda a organização industrial quando a roupa tarda a chegar da lavandaria. A energia que essas pessoas desperdiçam em tais insignificâncias, seria suficiente, se fosse bem empregada, para fazer e desfazer impérios.”

“A inquietação, a impaciência e a irritação são emoções que para nada servem. Os que as sentem com intensidade afirmam que são incapazes de as dominar, e eu tenho a impressão que elas não podem ser vencidas senão com um pouco dessa resignação fundamental de que falámos anteriormente.”

Um certo género de resignação está compreendido na disposição para enfrentar a verdade tal como ela é; essa resignação, embora de princípio possa causar sofrimento, acaba por dar uma protecção – em verdade a única protecção possível – contra os desapontamentos e desilusões a que está sujeito aquele que se engana a si próprio.”
Bertrand Russel

domingo, 17 de outubro de 2010

"A Conquista da Felicidade", parte 2.6 (Os interesses impessoais)


“Um homem de ciência, por exemplo, deve manter-se a par das investigações que se realizam na sua especialidade. Em relação a tais investigações os seus sentimentos manifestam tanto calor e vivacidade como em relação a qualquer outra coisa intimamente relacionada com a sua carreira; mas é com espírito completamente diferente, não profissional, menos crítico, mais desinteressado que lerá qualquer livro sobre as investigações feitas num ramo científico diferente do seu. Mesmo que tenha de fazer algum esforço intelectual para acompanhar a leitura, apesar disso essa leitura será para ele uma distracção por não estar ligada às suas responsabilidades. Se o livro lhe interessar, esse interesse é puramente impessoal, num sentido que não se pode aplicar aos livros sobre a sua própria especialidade.”

“A não ser no sono, o consciente nunca repousa para o subconsciente amadurecer gradualmente os problemas inquietantes. (…) O que é repousante nos interesses exteriores é o facto de não exigirem qualquer acção. Tomar decisões e exercer a sua vontade é bastante fatigante, especialmente quando é necessário fazê-lo apressadamente e sem o auxílio do subconsciente. Têm razão os que pensam que ‘a noite é boa conselheira’ e que devem dormir primeiro antes de tomar alguma decisão importante, mas não é somente no sono que o processo mental do subconsciente pode realizar-se. Pode igualmente realizar-se quando o consciente está ocupado em qualquer outra coisa. O homem que consegue esquecer o seu trabalho quando este finda e não pensa mais nele até ao dia seguinte, fá-lo-á provavelmente muito melhor do que um outro que se atormente a pensar nele em todo o tempo de descanso. E se tiver outros interesses além do seu trabalho, ser-lhe-á muito mais fácil esquecê-lo quando é preciso. É essencial, no entanto, que esses interesses não ocupem as faculdades já exaustas por um dia de labor.”

“Um dos defeitos do moderno ensino superior é desenvolver em demasia a instrução de certos ramos do saber e muito pouco o enriquecimento do espírito e do coração por uma imagem imparcial do mundo.”

“Um homem de grande vitalidade e com gosto de viver passará por cima de todos os infortúnios, porque nele renasce sempre, depois de cada revés, o interesse pela vida e pelo mundo, o qual não pode ser limitado ao ponto de tornar uma perda fatal. Ser vencido por uma perda, ou mesmo por várias, não deve ser admirado como prova de sensibilidade, mas sim deplorado como falta de vitalidade. Todas as nossas afeições estão à mercê da morte que pode ceifar, a cada momento, aqueles que amamos.”
Bertrand Russel

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Nurturing


Embrace the spirit and you will help to build stronger individuals, families and communities.

domingo, 10 de outubro de 2010

"A Conquista da Felicidade", parte 2.5 (O trabalho)


“Os seres humanos diferem profundamente entre si no que respeita à tendência para olhar a sua vida como um todo. Alguns fazem-nos espontaneamente e consideram essencial à felicidade poderem fazê-lo com satisfação. Para outros a vida é uma série de incidentes sem ligação, sem movimento definido e sem unidade. Suponho que os primeiros são mais capazes de alcançar a felicidade do que os outros, pois vão construindo gradualmente as circunstâncias que lhes podem dar satisfação e auto-respeito, enquanto os outros serão arrastados ao sabor dos ventos dos acontecimentos, agora para um lado, logo para outro, sem nunca chegarem a qualquer porto. O hábito de considerar a vida como um todo é indispensável à sabedoria e à verdadeira moral e é uma das coisas que devem ser encorajadas pela educação. Propósitos firmes não são suficientes para tornar a vida feliz, mas são condições quase indispensáveis de uma vida feliz. E um propósito firme realiza-se principalmente no trabalho.”
Bertrand Russel

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Opportunity


You release the power of spirit by seeking to create and discover opportunities in every circumstance. Seize the opportunities you find, and you will help to create a better world for all.

domingo, 3 de outubro de 2010

Aprender com o Quintino Aires sobre fraquezas emocionais


Estes 4 minutos de emissão de rádio deviam ensinar muito a muita gente:

http://www.rtp.pt/web/podcast/gera_podcast.php?prog=3037
(ouvir o programa do dia 15 de Setembro)

Será assim tão difícil de perceber onde está o limite, o fim? Será assim tão difícil ser assertivo?

Tal e qual...


"não me considero religioso porque não sigo nenhuma doutrina. Tenho prazer em ser um livre-pensador e aproveitar de cada prática o que me parece melhor. (...) A generalidade das religiões deixou-se envolver pelo negócio e as pessoas vivem antes da curiosidade."
Luís Portela

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Honest


Let your integrity be the hallmark of all your actions and you will inspire trust.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

"A Conquista da Felicidade", parte 2.4 (A Família)


“O valor da afeição dos pais pelos filhos reside principalmente no facto de ser mais digna de confiança do que qualquer outra afeição. Os amigos estimam-nos pelos nossos méritos, as amantes pelos nossos atractivos; mas se os méritos e os atractivos diminuírem um dia, amigos e amantes podem desaparecer. Mas é principalmente nos momentos de infortúnio que se pode encontrar refúgio junto dos pais, em caso de doença ou em caso de desgraça, se na realidade os pais forem verdadeiros pais. Todos nós sentimos prazer quando os nossos méritos são admirados, mas em geral somos no fundo suficientemente modestos para sentirmos que tal admiração é precária. Os nossos pais amam-nos porque somos seus filhos e isso é um facto inalterável, e assim sentimo-nos mais em segurança junto deles do que junto de não importa quem. Nas horas de triunfo isto pode parecer insignificante, mas nos momentos de aflição a família oferece um consolo e uma segurança que em qualquer outra parte não se encontram.”
Bertrand Russel

domingo, 26 de setembro de 2010

Adorable


By sharing your sweet and charming nature you draw others to you.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Eu sou assim


Tenho inteligência para perceber quando estou a ser testada e são esses mesmos testes que aguçam a minha inteligência. É nessas alturas que dou um passo atrás para manter o equilíbrio, que apuro os sentidos para manter-me em alerta a todos os sinais. É nessas alturas que supero-me e surpreendo quem me testa.

sábado, 18 de setembro de 2010

"A Conquista da Felicidade", parte 2.3 (A Afeição)


“Uma das principais causas da falta de gosto pela vida é o sentimento de não se ser amado, ao passo que, inversamente, o sentimento de se ser amado encoraja-o mais do que qualquer outra coisa.”

“o homem que se esforça por conquistar afeição por meio de acções generosas torna-se um desiludido com a experiência da ingratidão humana. Nunca lhe ocorre que a afeição que procura comprar tem muito mais valor do que os benefícios materiais que oferece em troca e, no entanto, é a consciência dessa verdade que inspira todas as suas acções.”

“Os que se tornam escravos de uma rotina monótona agem geralmente assim por medo à frieza do mundo exterior e por sentimento de que não irão embater com ela se seguirem num dia o mesmo caminho dos dias anteriores.”

“O homem corajoso pode, é certo, encontrar-se em face de súbitos desastres, mas poderá também atravessar sem dano muitas situações difíceis nas quais o tímido ficaria derrotado.”

“a autoconfiança em relação à vida em geral provém principalmente de se estar acostumado a receber a soma de afeição de que se tem necessidade.”

“Muitas pessoas quando se apaixonam esperam encontrar no amor um pequeno porto de abrigo contra as inclemências do mundo, onde estejam certos de ser admitidos, ainda quando não mereçam admiração, e onde saibam que serão elogiados, mesmo quando não são dignos de elogio. Assim, para muitos homens o lar é um refúgio contra a verdade: é o medo e a timidez que os faz apreciar uma companhia que lhe tranquiliza esses sentimentos. Eles ambicionam das esposas o que não obtiveram outrora de uma mãe ignorante e no entanto admiram-se se elas os consideram como crianças crescidas.”


“As pessoas esperam, ao despertar o medo nos outros, adquirir sobre eles um império mais completo. Esta é, possivelmente, uma das razões por que os homens preferem as mulheres tímidas, pois protegendo-as chegam a possuí-las.”
Bertrand Russel

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Intelligence


Discover the valuable and powerful resources of your mind, and use them to create opportunities and achieve success.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Who am I that I come to be here...?


Ontem ouvi três músicas que resumem o que sinto, o que penso e o que quero:

1) "I can't hear you no more" (Russ Ballard)

2) "As I live and breath, you have kill me... but I forgive you" (Morrissey)

3) "Once you... were in my review mirror" (Pearl Jam)

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Homens temporariamente sós...


Há uns anos conheci um homem temporariamente só... e apaixonei-me. Foi bom.
Esse homem não gostava dos GNR, dizia que não percebia as letras, achava que as músicas não faziam sentido. Eu disse-lhe que gostava muito, mas não tive vontade de mostrar-lhe que achava que estava enganado.
E à medida que vou ouvindo melhor, vou concordando mais com o Rui Reininho.
Conheci-o numa noite em que estava de "cabeça no ar", foi giro, ainda sorrio muito a recordar essa noite... e todas as outras.
Mas os homens temporariamente sós são mesmo bolas de ténis, nunca se sabe bem que direcção querem tomar...
Partidas regressos conquistas e depois? Uma memória que querem esquecer!


Sou feliz

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ai ai os homens


Desta vez não vou pensar muito... NUNCA chegarei a outra conclusão, por isso acho que tenho razão no que penso ser a verdade...



segunda-feira, 30 de agosto de 2010

No séc. XXI tal como no séc. XIX


“Decerto tinha tido amantes, mas o conhecimento dos homens tornava o seu amor mais apreciado. É tão fácil agradar a uma pobre burguesa que não vê senão as chinelas do marido e a rabugice dos filhos; é tão fácil seduzir uma rapariga de dezoito anos, ainda com as imaginações do colégio e as ambições de maternidade que lhe deu a boneca! Mas uma mulher que conhece os homens tão profundamente, a quem as desilusões repetidas deram cepticismos, a quem o atrito das sensações trouxe a inércia da saciedade… uma mulher assim, que glória interessá-la. É o mesmo prazer áspero que se deve sentir em tornar católico um ateu.”
Eça de Queirós, in A Tragédia da Rua das Flores

sábado, 28 de agosto de 2010

"A Conquista da Felicidade", parte 2.2 (O gosto de viver)


“O apetite está para a comida como o entusiasmo está para a vida.”

“Quanto mais objectos de interesse um homem tem, mais ocasiões tem também de ser feliz e menos está à mercê do destino, pois se perder um pode recorrer logo a outro. A vida é demasiado curta para nos permitir interessarmo-nos por todas as coisas, mas é bom que nos interessemos por tantas quantas forem necessárias para preencher os nossos dias.”

“O espírito é uma máquina estranha que pode realizar as combinações mais extraordinárias com os materiais que lhe são oferecidos, mas sem esses materiais do mundo exterior é impotente. (…) Por isso, o homem cuja atenção se desvia para dentro de si nada encontra digno de observação, ao passo que o homem atento a tudo o que o rodeia pode encontrar em si próprio, nos raros momentos que contempla a sua alma, um conjunto de elementos, os mais variados e interessantes, para serem examinados e reunidos em motivos belos ou instrutivos.”

“Em todas estas situações diferentes, o homem com gosto pela vida tem vantagens sobre aquele que não o tem. Sabe mesmo tirar proveito das experiências desagradáveis.”

Entre as mulheres, menos hoje do que antigamente, mas ainda em larga medida, o gosto pela vida é em grande parte diminuído por uma errada concepção da respeitabilidade. Considera-se inconveniente eu as mulheres manifestem grande interesse pelos homens, ou que dêem provas de demasiada vivacidade em público. Ao aprenderem a não se interessar pelos homens, aprendem também, com frequência, a não se interessar por coisa nenhuma a não ser por certa forma de procedimento correcto. Adoptar uma atitude de inactividade e de receio em relação à vida é adoptar claramente uma atitude contrária ao gosto de viver e encorajar o interesse pela sua própria pessoa, tão característico nas mulheres altamente respeitáveis, especialmente, quando são pouco cultas. Não se interessam pelos desportos como os homens, nem fazem caso da política; em relação ao sexo masculino, a sua atitude é de reserva afectada, e em relação às outras mulheres, de surda hostilidade, baseada na convicção de que todas são menos respeitáveis do que elas.”

Para a mulher, como para o homem, o gosto de viver é o segredo da felicidade e do bem estar.”
Bertrand Russel

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Little Loved One


By showing your sweet nature, and sharing the gifts of your spirit, you bring joy and love to the lives of many.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Uma dia alguém falou-me de amarras...


...inconscientemente eram estas as amarras que desconhecia prendê-lo.


(clicar na imagem)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Emotional Rescue


“A paixão era a maior desgraça para o homem inteligente. Um artista que se apaixona está perdido; o amor introduzia-lhe na vida uma tal quantidade de cuidados, de preocupações, de renúncias, que todo o trabalho, todo o pensamento se torna impossível. Vem o ciúme, a exaltação fictícia, a renovação incessante do desejo, a preguiça de languidez, as subserviências da criatura; o carácter efemina-se, o cérebro amolece, a concepção retrai-se e o que era ontem uma força na sociedade é hoje um clube de bordel. O artista deve eximir-se do amor, como o mais humilhante tirano. Amar uma mulher é pôr todas as suas forças da vida ao serviço… de um órgão! É como um glutão: como o glutão, não pensa, não vive, não trabalha, não se move, senão para o estômago. O amante não existe senão para servir, obedecer ao coração, para lhe dar um nome decente. Eu dei aos artistas do meu tempo uma grande lição. Suprimi o amor. Desta porta para dentro, nunca entrou uma mulher; uma mulher, isto é, um conjunto de caprichos, de fantasias, de nervos, de sensibilidades, de tiranias, de altercações, de volubilidades. Mas, como a Natureza é exigente, e o cérebro precisa estar desembaraçado, tomei uma fêmea.”

Eça de Queirós, in A Tragédia da Rua das Flores

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

terça-feira, 17 de agosto de 2010

sábado, 14 de agosto de 2010

"A Conquista da Felicidade", parte 2.1 (A Felicidade é ainda possível?)


“Suponho que essas duas formas [de felicidade] podem classificar-se de simples e ideal, animal e espiritual, emocional e intelectual. (…) Talvez a forma mais simples de descrever a diferença entre essas duas espécies de felicidade seja dizer que uma é acessível a qualquer ser humano e a outra apenas àqueles que sabem ler e escrever.”

“O prazer da realização requer dificuldade tais que antecipadamente o triunfo seja considerado duvidoso, embora acabe, em geral, por ser um facto. Essa é talvez a razão principal porque um apreço, que não seja excessivo, dos próprios méritos é necessário à felicidade. O homem que se deprecia fica sempre surpreendido com os seus triunfos, enquanto o homem que tem em si confiança excessiva fica frequentemente surpreendidos com os seus malogros. A primeira surpresa é agradável, a segunda não é. Por isso a prudência aconselha que não se seja demasiado modesto nem demasiado vaidoso.”

“Todas as condições da felicidade estão realizadas na vida do homem da ciência. Tem uma actividade que lhe permite utilizar plenamente todas as suas capacidades e alcança resultados considerados importantes não somente por si, mas também pelo público em geral, ainda quando este não os possa apreciar devidamente. Neste ponto é mais afortunado do que o artista. Quando o público não compreende um quadro ou um poema, conclui que é um mau quadro ou um mau poema. Mas quando não pode compreender a teoria da relatividade conclui, com razão, que a sua cultura é insuficiente. Por isso Einstein é admirado enquanto os melhores pintores morrem de fome nas mansardas e Einstein é feliz enquanto os pintores são infelizes.”

“O cinismo, tão frequente no Ocidente, entre os jovens mais cultos de ambos os sexos, resulta da combinação do conforto e da impotência. A impotência dá às pessoas a impressão de que nada vale a pena ser feito e o conforto torna insuportável esse sentimento doloroso. Em qualquer universidade do oriente, o estudante pode esperar ter maior influência na opinião pública do que nos países ocidentais modernos, mas tem muito menos oportunidades do que no Ocidente de alcançar um rendimento substancial. Com o poder de agir mas sem conforto material, torna-se um reformador ou um revolucionário, nunca num cínico. A felicidade do reformador ou do revolucionário depende da evolução dos negócios públicos, mas possivelmente, mesmo quando é executado, goza duma felicidade mais real do que a do cínico que vive confortavelmente.”

“As tolices e as manias são, no entanto, em muitos casos, talvez na maior parte, não uma fonte de felicidade fundamental, mas um meio de fugir à realidade, de esquecer por um momento alguma dor demasiado difícil de ser suportada. A felicidade fundamental depende mais do que qualquer outra coisa do que se pode chamar um interesse amistoso pelas pessoas e pelas coisas.”
Bertrand Russel

terça-feira, 10 de agosto de 2010

"A Conquista da Felicidade", parte 1.9 (O Medo da Opinião Pública)


“Quase toda a gente, para ser feliz, tem necessidade dum ambiente simpático. Para a maioria dos homens, naturalmente, o ambiente em que o acaso os colocou é simpático. Impregnaram-se de preconceitos na juventude e instintivamente adaptaram-se às crenças e costumes que encontraram em sua volta. Mas para uma grande minoria, que praticamente inclui todos os que têm algum mérito intelectual ou artístico, essa atitude de submissão é impossível.”

“para a maioria dos jovens excepcionalmente dotados, a adolescência é um período de extrema infelicidade. Para os seus camaradas mais vulgares pode ser uma época de alegria e de prazer, mas eles precisam qualquer coisa de mais sério que não encontram nos mais velhos, nem nos da mesma idade, no meio social em que o acaso os fez nascer.”

se o seu trabalho o obriga a viver nalguma cidade mais pequena, e especialmente se precisa de atrair o respeito das pessoas vulgares, o caso, por exemplo, do médico ou do advogado, pode durante toda a vida ser constrangido a ocultar os seus verdadeiros gostos e opiniões à maior parte das pessoas com quem diariamente convive.

A opinião pública é sempre mais tirânica para aqueles que a temem verdadeiramente do que para os que se lhe mostram indiferentes. Um cão ladra com mais força e morde mais facilmente quando as pessoas se assustam do que quando manifestam indiferença, e a sociedade humana tem qualquer coisa que se assemelha. Se vos mostrais assustados, dais-lhes a esperança de uma boa caçada, ao passo que se vos mostrais indiferentes eles principiam a duvidar do seu próprio poder e deixar-vos-ão tranquilo.”

“Pouco a pouco torna-se possível adquirir a reputação do excêntrico ao qual são permitidas coisas que nos outros homens seriam consideradas imperdoáveis.”

“É como a teoria que diz que se descobre sempre o assassínio. Evidentemente, todos os assassínios que conhecemos foram descobertos, mas quem pode saber quantos houve de que nunca se ouviu falar? Da mesma forma, todos os homens de génio de que ouvimos falar triunfaram das circunstâncias adversas, mas isso não é razão para supor que não tenha havido muitos outros que sucumbissem na juventude.”

Os argumentos dos pais não devem ser uma razão suficiente para abandonar a tentativa. Se, a despeito de tudo o que eles digam, realizar esse intento, eles mudarão depressa de ideias, muito mais depressa, de facto, do que vós e eles supunham.”

“Penso que, em geral, à parte a opinião dos peritos, dispensa-se demasiado respeito às opiniões dos outros, tanto nas grandes questões como nas pequenas. Deve-se em regra respeitar a opinião pública na medida em que é necessário evitar a miséria ou a prisão, mas tudo o que ultrapasse esses limites é uma submissão voluntária a uma tirania inútil e é susceptível de embaraçar a felicidade de muitas formas.”

“A melhor maneira de aumentar a tolerância é multiplicar o número de indivíduos que gozem de verdadeira felicidade e cujo principal prazer não seja causar sofrimentos aos outros homens seus irmãos.”
Bertrand Russel

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O insustentável peso da morte


(clicar na imagem)

sábado, 7 de agosto de 2010

"A Conquista da Felicidade", parte 1.8 (A Mania da Perseguição)


“as pessoas experientes desconfiam da veracidade das histórias dos que se dizem maltratados por toda a gente; pela sua falta de simpatia, esses infelizes tendem a confirmar a opinião de que o mundo inteiro está contra eles. De facto, a sua perturbação torna-os de difícil tratamento, pois tanto se irritam com a simpatia como com a falta de simpatia.”

“Uma das formas mais universais de irracionalidade é a atitude tomada por quase toda a gente em relação às conversas maldizentes. Muito poucas pessoas sabem resistir à tentação de dizer mal dos seus conhecimentos e mesmo, se a ocasião se proporciona, dos seus amigos; no entanto, quando sabem que alguma coisa foi dita em seu desabono, enchem-se de espanto e indignação. Certamente nunca lhes ocorreu ao espírito que da mesma forma que dizem mal de não importa quem, alguém possa dizer mal deles. (…) Nunca nos ocorre que não devemos exigir que os outros pensem melhor do que nós pensamos a respeito deles e não nos ocorre porque aos nossos olhos os méritos que temos são grandes e evidentes ao passo que os dos outros, se na realidade existem, só são reconhecidos com certa benevolência.”

“Se a todos fosse dado o poder mágico de ler nos pensamentos dos outros, suponho que o primeiro resultado seria o desaparecimento de toda a amizade; o segundo, no entanto, podia ser excelente, pois um mundo sem amigos tornar-se-ia tão intolerável que talvez aprendêssemos a amar-nos uns aos outros sem necessidade de um véu de ilusão a ocultar que mutuamente não nos consideramos absolutamente perfeitos.”

“Estes exemplos sugerem quatro princípios gerais que, se a sua verdade for suficientemente compreendida, podem ser remédio apropriado para a mania da perseguição: 1.º - lembrai-vos que os vossos desígnios não são sempre tão altruístas como vos parecem; 2.º - não avalieis exageradamente os vossos próprios méritos; 3.º - não espereis que os outros se interessem tanto por vós como vós próprios; 4.º - não imagineis que a maior parte das pessoas pense suficientemente em vós para ter algum especial desejo em vos perseguir.”

“A imensa maioria das acções das pessoas, mesmo as mais nobres, tem razões egocêntricas, e não lamentamos o facto, pois se fosse doutra forma a raça humana não poderia sobreviver.”

“Em todas as nossas relações com os outros, especialmente com aqueles que nos são mais próximos e mais queridos, é importante, e nem sempre fácil, lembrarmo-nos que eles vêem a vida do seu ponto de vista pessoal e em relação ao seu próprio Eu e não do nosso ponto de vista e em relação ao nosso Eu.”
Bertrand Russel

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

"A Conquista da Felicidade", parte 1.7 (O Sentimento de Culpa)


“Hoje sabemos que em cada uma das partes do mundo a consciência impõe actos diferentes e que, de uma maneira geral, em toda a parte, está de acordo com os costumes dos diferentes povos.”

“Quais são os actos realmente nocivos que tentam o homem médio? Práticas pouco honestas nos negócios mas de forma que não sejam punidas pela lei; rudeza para com os empregados, crueldade para com a mulher e os filhos, malevolência a respeito dos rivais, ferocidade nos conflitos políticos – tais são os pecados realmente nocivos mais frequentes entre os cidadãos respeitáveis e respeitados.
Por meio desses pecados um homem espalha a miséria em sua volta e contribui para destruir a civilização.”

“Na verdade, o sentimento de culpa está longe de fazer a vida feliz. Pelo contrário, torna o homem infeliz e dá-lhe um sentimento de inferioridade. Sentindo-se infeliz o homem está inclinado a ter a respeito dos outros exigências que são excessivas e que o impedem de encontrar a felicidade nas suas relações pessoais. Sentindo-se inferior, terá má vontade para aqueles que lhe parecem superiores. Para ele a admiração é difícil e a inveja é fácil.”

“No amor apaixonado, na feição dos pais, na amizade, na benevolência, na devoção às ciências ou às artes, nada há que a razão deseje diminuir. O homem racional, quando sente essas emoções, ficará contente por as sentir e nada deve fazer para diminuir a sua intensidade, pois todas elas fazem parte da verdadeira vida, isto é, da vida cujo objectivo é a felicidade, a própria e a dos outros.”

“Nada é tão deprimente como estar fechado em si mesmo, nada é tão consolador como ter a sua atenção e a sua energia dirigidas para o mundo exterior.”

“A felicidade que exige intoxicação de não importa que espécie, é falsa e não dá qualquer satisfação. A felicidade que satisfaz verdadeiramente é acompanhada pelo completo exercício das nossas faculdades e pela compreensão plena do mundo em que vivemos.”
Bertrand Russel

domingo, 1 de agosto de 2010

Contraluz


Os sinais que tanto tenho falado neste blog, estão lá no filme.
O destino, moldado por nós próprios.
Os caminhos estão lá, os símbolos também.
É só uma questão de estar atento e querer e saber segui-los...
Ter a noção de que somos úteis, em qualquer circunstância, em momentos mais ou menos esperados.
(...até lá, VIVE em contraluz...)

sábado, 31 de julho de 2010

Summer wine

Strawberries cherries and an angel's kiss in spring
My summer wine is really made from all these things
;-)



sexta-feira, 16 de julho de 2010

O Altruísmo


No passado mês de Março, assisti a uma conferência do monge budista Matthieu Ricard no Porto (ver http://irresistiblegrasp.blogspot.com/2010/05/matthieu-ricard-o-homem-mais-feliz-do.html). A temática desta sessão foi o altruísmo. Ao longo daquelas horas, consegui captar algumas ideias do “homem mais feliz do mundo” e, com essas mesmas ideias, criar os meus próprios pensamentos e reflexões. Decidi não partilhá-las naquele dia e guardá-las para um momento mais assertivo. Esta semana tenho andado a pensar numa atitude egoísta duma pessoa que “magoou” psicologicamente meia dúzia de conhecidos e fisicamente dezenas de desconhecidos. Quando não se age com o coração, todos os actos são artificiais e a falta de espírito reflecte-se mais cedo ou mais tarde. Eis…

É possível construir uma sociedade mais altruísta? Sim, para isso:
1) é preciso evitar os comportamentos egoístas;
2) é preciso cultivar o altruísmo em nós;
3) é preciso passar duma transformação pessoal para uma transformação social e cultural.
É também essencial perceber o que é, verdadeiramente, o altruísmo, já que há uma espécie de teoria de egoísmo universal, “provado” pela economia, pela psicologia, pela “teoria da evolução”.

A Teoria da Evolução e o Altruísmo - Factores de cooperação
O único fim da selecção natural era a propagação de genes e o altruísmo só existiria se fosse com o objectivo de facilitar essa propagação. Esta teoria não atribui um sentido verdadeiro ao altruísmo. No entanto, ao longo do tempo, observou-se que determinados comportamentos como a violência doméstica e a escravatura passaram a ser condenados, o que prova que se evoluiu mais depressa culturalmente do que geneticamente. Se se comparar uma sociedade altruísta e uma sociedade egoísta, observa-se que a sociedade egoísta elimina-se por si só: os elementos que a compõem vão estar sempre a competir uns com os outros. Por outro lado, a sociedade altruísta partilha e dessa forma cresce por si só, evolui.

Altruísmo
É a aspiração para agir de forma a que todas as pessoas sejam felizes.
Como estender o altruísmo às pessoas que se comportam contra nós, às pessoas de quem não gostamos?
Claro que ninguém acorda de manhã e deseja o mal aos outros; no entanto, são os nossos comportamentos que provocam esse sofrimento nos outros. E a compaixão que pode marcar a diferença.
Fundamentalmente, o altruísmo deseja a felicidade do outro e pretende eliminar todas as formas de sofrimento, por isso o altruísmo pode ser aplicado a quem nos fez mal, ao nosso “adversário”.
Por exemplo, num ditador, o altruísmo poderá actuar na compreensão e na eliminação das causas internas que o fez agir com maldade para com outras pessoas. Pretende-se, assim, diminuir o máximo possível a dor, o sofrimento, tal como a medicina. O altruísmo não é sinal de fraqueza, pelo contrário, é mostrar força para auxiliar alguém.
Quanto às emoções perturbadoras, como o ódio e a ignorância, podem usar-se antídotos. A ignorância leva a uma distorção da realidade, que surge da nossa tendência para solidificar as nossas ideias da sociedade.
Será possível e necessário cultivar o altruísmo e a compaixão incondicional? Sim, mas exige treino e esforço, e esse cultivar não é apenas durante 20 minutos diários, como fazer exercício físico, tem de ser um esforço intemporal. Trata-se de o gerar na nossa mente; o que nós podemos fazer é sentir o amor incondicional e mantê-lo durante algum tempo; quando começa a declinar, é preciso voltar a estimulá-lo. A este processo de familiarização podemos chamar meditação. E a meditação está associada à neuroplasticidade, ou seja, à capacidade que o cérebro tem de se adaptar a novas circunstâncias, emoções, situações.
Há comportamentos de falso altruísmo, por exemplo quando temos determinada acção para sermos recompensados ou reconhecidos socialmente, ou atitudes que só aparecem por sentimento de culpa.
É normal que o altruísmo cause um calor interno. Mas o mais importante é o resultado desse altruísmo: se conseguirmos alcançar harmonia, tanto melhor, desde que o objectivo seja cumprido, o de ajudar.

O altruísmo deixou de ser um luxo; desde que o egoísmo passou a ser visto com preconceito, o altruísmo passou a ser uma necessidade de todos nós.
Ao longo do tempo, preocupações com a economia predominaram e predominam sobre as preocupações, por exemplo, ecológicas. As preocupações a médio-prazo passaram a ser a carreira, a família, … e as preocupações a longo-prazo passaram a ser a ecologia.
O mais difícil é conciliar estas três preocupações, do ponto de vista prático e empírico. O fio condutor que pode unir estas três preocupações é o altruísmo.


"I know", In Eistence, Beautiful World

quinta-feira, 15 de julho de 2010

domingo, 11 de julho de 2010

Somos mesmo diferentes

(clicar na imagem)


domingo, 4 de julho de 2010

Parabéns pela mulher que és...




Sabes, nunca fui muito de "melhores amigas"...
Neste momento, posso dizer-te que ganhaste a responsabilidade deste título...
(devíamos ter ido a este concerto na sexta-feira)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

"Portrait of Joella", Salvador Dalí




Quando a vi, fiquei hipnotizada...
Tantas obras de arte valiosas, importantes e bonitas naquele museu (Reina Sofia)...
Foi esta a peça que me fez demorar, que fez as minhas pernas cansarem-se de tanto tempo paradas no mesmo sítio...
A cor encheu-me o peito...

terça-feira, 29 de junho de 2010

O Português


“O estado que melhor convém ao português é o da revolução passiva. Não age, não se adapta, mesmo ao que parece fazer parte das suas convicções mais profundas. Entre o delírio e a melancolia, entre a exigência e a queixa, prefere esperar a sua vez e congratular-se com os acontecimentos emblemáticos duma era que nunca existiu ou de que nunca virá a aproveitar-se.

O português não é conflituoso, é desordeiro. O conflito está na mente; a desordem está no coração. O legislador tem que compreender que isso é uma dificuldade. O lado lúdico da vida, como acontece com as crianças, é mais apetecível do que o lado filosófico. Como os gregos, o português não aprende com o passado, não lhe dedica atenção de maior; prefere seguir o impulso da sua curiosidade que o leva a algum lugar que não pode coincidir com os seus desejos.”

Agustina Bessa-Luís, in “Fama e Segredo na História de Portugal”

ACT - Acceptance and Commitment Therapy


"ACT therapist helps clients see that their struggles largely result from minds and the language they produce, rather than their direct experience."

Ah pois é...


Ontem aconteceu-me uma das coisas que mais levanta o ego a uma mulher...

E eu sei porque isto aconteceu:
quando estou com bom ar, com a aura brilhante, bem disposta, irradio luz que atrai simpatia...

Ai, isto já me aconteceu antes...

domingo, 27 de junho de 2010

Palavras como mudança, crise, ruptura, vida, coração, mente, emoções e pensamentos


"Ao contrário do que muitos pensam, as mudanças, as crises e as rupturas não servem como testes da vida para nos derrotar e saber se somos suficientemente bons. A vida testa-nos para abrirmos o nosso coração e a nossa mente para novas direcções, oportunidades e aspectos de nós mesmos. A vida é uma viagem e fazê-la centrados, fortalece-nos. Muito para além dos perigos e do sofrimentos, os sempre imprevisíveis testes da vida também nos incitam a ultrapassarmo-nos.
Como a vida de todos nós é feita de períodos de mudança e transformação, não temos como fugir das crises, que são naturais. Podemos, porém, aprender a lidar com elas. É algo que exige amadurecimento das emoções e controlo dos pensamentos."
Sofia Menezes, in Happy Woman

sábado, 26 de junho de 2010

Tenho pensado nisto...

(clicar na imagem)



quarta-feira, 23 de junho de 2010

Gosto de David Bowie


ADORO esta música e adorei esta versão e este vídeo...



sábado, 19 de junho de 2010

Já a Natália Correia o dizia...


"A minha teoria é que as mulheres com mais carisma se safam melhor no trabalho e menos bem no amor.
No trabalho, qualquer chefe sabe que precisa duma mulher determinada.
No amor, é sabido que os homens fogem a sete pés das decididas.
Por isso é que os meus amigos gostam de choninhas e as outras andas solteiras ainda que bem empregadas.
Estas mulheres não apostaram na carreira em detrimento do amor. Nada disso. Safaram-se foi no trabalho porque alguém teve olho para elas. (...)
Ser-se choninhas não sei se é uma escolha. Há gente que já nasceu desinteressante ainda que bonitinha."
Cidália Dias

Dedico este pequeno texto às minhas amigas Cristina e Laura... elas sabem no que estou a pensar!!! (e não são nada choninhas, antes pelo contrário)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Uma boa mistura, com boa batida


Passou nos melhores lounges...


quarta-feira, 16 de junho de 2010

Well I've been loved so I know just what love is


Às vezes é difícil ouvir uma música que traz à memória uma pessoa, um local, um momento, um sentimento...
Mesmo que essa música não tenha lá estado...
Mesmo que tenhamos tocado com a vida para a frente, sejamos felizes e aquela pessoa não faça mais parte da nossa actualidade...
Mesmo assim, dá vontade de fazer como nos filmes...
Dá vontade de largar tudo e voltar a viver só mais um momento, só mais um beijo demorado, só mais um calor...
Às vezes só para nos lembrar que a nossa vida podia ser diferente, se as nossas escolhas fossem também diferentes...
Às vezes só para lembrar que, se as escolhas foram nossas, então o caminho foi o certo.
Adriana


George Michael - Jesus to a child

terça-feira, 15 de junho de 2010

"A Conquista da Felicidade", parte 1.6 (A Inveja)


“Depois da inquietação, a inveja é provavelmente uma das mais poderosas causas de infelicidade. A meu ver é mesmo uma das paixões mais universais e mais profundamente enraizadas no homem.”

“A inveja desempenha um papel muito importante na vida da maior parte das mulheres respeitáveis. Quando no metropolitano passar por vós uma mulher bem vestida, observai os olhares das outras mulheres. Vereis que todas, possivelmente com excepção das que estão ainda mais bem vestidas do que ela, a seguem com olhares malévolos e se esforçam por tirar do facto deduções depreciativas. O amor ao escândalo é uma expressão dessa malevolência geral: qualquer história contra outra mulher é imediatamente acreditada, mesmo que as provas sejam insignificantes. Uma moralidade austera é utilizada com o mesmo propósito: as que têm oportunidade de pecar são invejadas e considera-se uma virtude puni-las por esses pecados. Esta forma especial da virtude tem certamente a sua própria recompensa.”

“De todas as características que são vulgares na natureza humana a inveja é a mais desgraçada; o invejoso não só deseja provocar o infortúnio e o provoca sempre que o pode fazer impunemente, como também se torna infeliz por causa da sua inveja. Em vez de sentir prazer com o que possui, sofre com o que os outros têm. Se puder, priva os outros das suas vantagens, o que para ele é tão desejável como assegurar as mesmas vantagens para si próprio. Se uma tal paixão toma proporções desmedidas, torna-se fatal a todo o mérito e mesmo ao exercício do talento mais excepcional.”

Afortunadamente, porém, há na natureza humana um sentimento compensador, chamado admiração. Todos os que desejem aumentar a felicidade humana devem procurar aumentar a admiração e diminuir a inveja.”

“Mas, pondo os santos de parte, o único remédio para a inveja, no caso dos homens e mulheres vulgares, é a felicidade; o pior é que a própria inveja representa um obstáculo terrível para a felicidade.”

“Mas o invejoso pode pensar: “De que serve dizerem-me que o remédio para a inveja é a felicidade? Eu não posso encontrar felicidade enquanto sinto inveja e dizem-me que não posso deixar de ser invejoso enquanto não encontrar a felicidade.” Mas a vida real nunca é tão lógica. Compreender somente as causas da sua própria inveja já é dar um grande passo em direcção à cura.
O hábito de pensar em termos de comparação é um hábito fatal. Tudo o que nos sucede de agradável deve ser plenamente apreciado, sem que ninguém se detenha a pensar que isso não é tão agradável como alguma coisa mais que possivelmente tenha acontecido ao vizinho.”

O homem sensato não deixa de sentir prazer com o que tem pelo facto de alguém ter mais ou melhor. A inveja, na realidade, é uma forma de vício, em parte moral, em parte intelectual, que consiste em não ver as coisas em si mesmas mas somente em relação com outras.”

“Para tudo isto o remédio próprio é a disciplina mental, o hábito de não alimentar pensamentos inúteis. Depois de tudo, o que é mais invejável do que a felicidade?”

“Pode-se combatê-la, sim, pelo gozo dos prazeres que se nos oferecem, pelo trabalho que tivermos de realizar e evitando comparações com aqueles que imaginamos, talvez sem razão, mais ditosos do que nós.
A falsa modéstia tem um grande papel na inveja. A modéstia é considerada como uma virtude, mas eu duvido que nas suas formas mais extremas mereça ser considerada como tal. As pessoas modestas carecem muito que as tranquilizem e geralmente não se atrevem a ensaiar tarefas que não sejam capazes de executar perfeitamente. As pessoas modestas julgam-se eclipsadas por aqueles com quem habitualmente convivem e por isso são particularmente inclinadas para a inveja origina descontentamentos e má vontade.”

“A inveja, bem entendido, está estreitamente ligada ao espírito de competição.”

a fadiga, particularmente, é com frequência a causa da inveja. Se um homem se sente incapaz de executar o seu trabalho, sofre um descontentamento geral que tem tendência para tomar a forma de inveja em relação àqueles cujo trabalho é menos exigente. Um dos meios para diminuir a inveja, portanto, é diminuir a fadiga. Mas o mais importante ainda é garantir uma vida que satisfaça o instinto. Muitas invejas que parecem puramente profissionais têm na realidade uma origem sexual.”

Para encontrar a saída conveniente desse desespero, o homem civilizado tem de engrandecer o coração como engrandeceu o espírito. Deve aprender a transcender-se e, ao fazê-lo, a adquirir a liberdade do universo.”
Bertrand Russel

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Inside


Uma música da minha adolescência, que já não ouvia há muitos anos...



quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dia de Portugal


Hoje é Dia de Portugal.
Para mostrar como somos bons, que temos motivos de orgulho...
Que não é preciso andar sempre a lamentar,
Que não é preciso andar sempre a pensar no que não temos,
Que não é preciso andar sempre a deprimir...
(e podia continuar, mas não vou bater no "ceguinho"!!!)



domingo, 6 de junho de 2010

“A Conquista da Felicidade”, parte 1.5 (A Fadiga)


“Há várias géneros de fadiga, mas alguns são obstáculos mais importantes à felicidade do que outros. A fadiga puramente física, desde que não seja excessiva, é de certa maneira causa da felicidade; dá um sono profundo e um bom apetite, e empresta melhor sabor aos prazeres que os ócios permitem. Mas quando essa fadiga é excessiva torna-se muito perigosa.”

“O género de fadiga que presentemente é mais importante nesses países [mundo moderno] é a fadiga nervosa. Esta fadiga, por estranho que pareça, é mais frequente nas pessoas abastadas e atinge com maior facilidade os homens de negócios e os intelectuais do que os assalariados.”

“Outra causa da fadiga, da qual quase não nos apercebemos, é a constante presença de estranhos. O instinto natural do homem, como o dos outros animais, é de observar todos os estranhos da sua espécie, com o propósito de descortinar se cada um deles se comportará como amigo ou como inimigo. Esse instinto tem de ser reprimido pelos que viajam no metropolitano nas horas de maior afluência, e o resultado dessa inibição é sentirem uma raiva geral e difusa contra todos os estranhos com os quais estão involuntariamente em contacto.”

“Em grande parte uma tal fadiga é devida a inquietações que poderiam ser evitadas por uma melhor filosofia da vida e um pouco mais de disciplina mental. A maior parte dos homens e mulheres não governam eficazmente os seus pensamentos. Quero com isto dizer que eles não podem deixar de pensar nos assuntos que os atormentam, mesmo quando nesse momento nenhuma solução lhes podem dar. Os homens levam muitas vezes para a cama as suas inquietações em matéria de negócios e, durante a noite, quando deviam ganhar novas forças para enfrentar os dissabores do dia seguinte, é nelas que pensam, repetidas vezes, embora nesse instante nada possam fazer; e pensam nos problemas que os inquietam, não de forma a encontrar uma linha de conduta firme para o dia seguinte, mas nessa semidemência que caracteriza as agitadas meditações da insónia. De manhã, qualquer coisa dessa demência nocturna persiste ainda neles, obscurece-lhes o julgamento, rouba-lhes a calma, de forma que qualquer obstáculo os enfurece. O homem sensato só pensa nas suas inquietações quando julga de interesse fazê-lo; no restante tempo pensa noutras coisas e à noite não pensa em coisa nenhuma. Não quero dizer que numa grande crise, por exemplo, quando a ruína está iminente, ou quando um homem tem razões para suspeitar que a mulher o atraiçoa, seja possível, a não ser a alguns espíritos excepcionalmente disciplinados, afastar o tormento nos momentos em que nada se pode fazer para o remediar. Mas é perfeitamente possível afastar as pequenas inquietações de todos os dias, a não ser que seja necessário enfrentá-las. É surpreendente como a felicidade e a eficiência aumentam quando se cultiva um espírito ordenado que pensa adequadamente no momento preciso em vez de inadequadamente em todos os momentos. Quando uma decisão difícil tem de ser encontrada, logo que se reúnem todos os dados aplica-se ao assunto a melhor reflexão e decide-se; essa decisão, uma vez tomada, não deve ser corrigida, a não ser que se chegue ao conhecimento de novos factos. Nada é tão fatigante como a indecisão e nada é tão fútil.

“Mas mais importante do que estas considerações egocêntricas é o facto do nosso Eu não ter um grande lugar no mundo. O homem que pode concentrar os seus pensamentos e as suas esperanças em qualquer coisa de transcendente em relação a si mesmo, pode encontrar uma certa paz no seio das habituais inquietudes da vida, o que é impossível a um egoísta puro.”

Na vida moderna, o género de fadiga de maior importância é sempre de natureza emocional; a fadiga puramente intelectual, como a fadiga puramente muscular, encontra o seu próprio remédio no sono. (…) O mal que se atribui ao trabalho excessivo raramente é devido a essa causa, mas sim, de alguma maneira, à inquietação ou à ansiedade. O que torna perigosa a fadiga emocional é o facto de interferir com o repouso.”

A maior parte do inconsciente consiste no que outrora foi pensamento consciente altamente emotivo e ora se tornou oculto. É possível realizar deliberadamente esse processo de ocultação e dessa forma o inconsciente pode ser levado a fazer muito trabalho útil. Tenho verificado, por exemplo, que se tenho de escrever sobre algum assunto muito difícil o melhor plano é pensar nele com grande intensidade – a maior intensidade de que sou capaz – durante algumas horas ou alguns dias, e no final desse tempo ordenar, por assim dizer, que o trabalho prossiga inconscientemente. Depois de alguns meses, volto conscientemente ao assunto e verifico que o trabalho se realizou.”

“Quando alguém se sente atraído por qualquer ansiedade, não importa qual, o melhor processo é pensar nela ainda mais do que pensaria naturalmente, até que por fim a mórbida fascinação desaparece.”

Uma mulher que é corajosa deve esconder esse facto se quiser agradar aos homens. Pensa-se mal do homem que de nada tem medo, a não ser de um perigo físico. A indiferença para com a opinião pública, por exemplo, é considerada como um desafio e a sociedade faz o que pode para punir quem ousa escarnecer da sua autoridade. Tudo isto é inteiramente o contrário do que devia ser.”

“Uma das piores características da fadiga nervosa é a que age como uma espécie de separação entre o homem e o mundo exterior. As impressões atingem-no como que esbatidas, sem vigor; só repara nas pessoas para se irritar com pequenos artifícios e maneirismos; não encontra prazer nas refeições nem no brilho do sol, e tende a concentrar-se sobre raros objectos e a ser indiferente para todos os outros.”

Bertrand Russel

sábado, 5 de junho de 2010

The Wall


“Every gun that is made, every warship launched,
Every rocket fired signifies, in the final sense,
A theft from those who hunger and are not fed,
Those who are cold and are not clothed.”
Dwight David Eisenhower, “The Chance for Peace,”

segunda-feira, 31 de maio de 2010

“A Conquista da Felicidade”, parte 1.4 (O Aborrecimento e a Agitação)


“O aborrecimento, como factor da conduta humana, tem sido, na minha opinião, menos estudado do que merece. Suponho no entanto que ele foi sempre uma das grandes forças motoras da história do mundo e presentemente mais do que nunca. O aborrecimento parece ser uma emoção caracteristicamente humana.”

“Uma das características essenciais do aborrecimento consiste no contraste entre as circunstâncias presentes e outras mais agradáveis que exercem uma força irresistível sobre a imaginação.”

“O aborrecimento é essencialmente um desejo frustrado de aventuras, não necessariamente agradáveis, mas pelo menos de incidentes que permitam à vítima do tédio distinguir um dia dos outros dias. O oposto do aborrecimento é, numa palavras, não o prazer, mas sim a agitação.
O desejo de agitação está muito arreigado nos seres humanos, em especial nos homens. Suponho que na idade da caça tal desejo era satisfeito mais facilmente do que em qualquer época posterior. Tanto a caça, como a guerra, como o amor eram apaixonantes. Um selvagem, se queria praticar o adultério com uma mulher, tinha de o fazer enquanto o marido dormia junto dela, sabendo que isso significava para ele a morte se o marido entretanto acordasse.”

“Nós hoje aborrecemo-nos menos do que se aborreceram os nossos antepassados, no entanto temos mais medo do aborrecimento. Acabámos por saber, ou melhor, por acreditar que o tédio não faz parte do destino natural do homem, e que pode ser evitado se procurarmos as emoções com energia suficiente.”

“À medida que subimos na escala social as exigências de emoções tornam-se ainda mais intensas. Os que podem permitir-se esse luxo estão sempre em movimento, de lugar em lugar, e para onde vão levam consigo a alegria, agora dançando, logo bebendo, mas por qualquer razão desconhecida esperando sempre gozar ainda mais em qualquer outro sítio. Os que precisam de ganhar a vida habituam-se à sua quota-parte de aborrecimento e de obrigações durante as horas de trabalho, mas os que têm bastante dinheiro para viver sem trabalhar criam o ideal de uma vida completamente liberta de tédio. O ideal é nobre e longe de mim a ideia de desacreditar, mas receio que, como outros ideais, seja mais difícil de realizar do que os idealistas supõem. Em primeiro lugar, as manhãs são tanto mais aborrecidas quanto a noite anterior foi mais divertida. Haverá também a meia-idade e possivelmente a velhice. Aos vinte anos os homens pensam que a vida acaba aos trinta.”

“Um pouco de aborrecimento talvez seja até indispensável à vida. O desejo de o evitar, no entanto, é absolutamente natural e todas as raças humanas o manifestam sempre que a oportunidade se apresenta.”

“O aborrecimento, no entanto, não deve ser olhado como totalmente nocivo. Podemos mesmo distinguir nele duas espécies: uma fecunda e outra embrutecedora. A primeira resulta da ausência de narcóticos e a segunda da ausência de actividades vitais. Não quero dizer com isto que os narcóticos não possam por vezes ser até benéficos.”

“Uma vida demasiado repleta de agitação é uma vida esgotante que continuamente exige estimulantes mais fortes para provocar as emoções que acabam por ser consideradas parte essencial do prazer.”

Certa capacidade para suportar o aborrecimento é pois essencial a uma vida feliz e isso era uma das coisas que deviam ser ensinadas aos jovens.”

“Nenhuma grande obra é possível sem trabalho persistente, tão absorvente e tão penoso, que poucas energias deixa para os divertimentos mais esgotantes, a não ser os que servem, durante as férias, para recuperar a energia física e dos quais o alpinismo é o melhor exemplo.”

“A excitação é da mesma natureza dos narcóticos que cada vez se tornam mais exigentes, e a passividade física durante a excitação é contrária ao instinto.”

Por todas estas razões, uma geração incapaz de suportar o aborrecimento será uma geração de homens medíocres, de homens que se divorciaram indevidamente do lento progresso da Natureza, de homens nos quais murcham lentamente todos os impulsos vitais, como se fossem flores cortadas num vaso.”

O amor é uma experiência pela qual todo o nosso ser é renovado e refrescado como o são as plantas pela chuva após a seca. Nada disso sucede nas relações sexuais a que o amor é alheio. Quando o prazer momentâneo finda, sobrevêm a fadiga, o desgosto e o sentimento de vida vazia. É que o amor faz parte da vida da terra e o desejo sexual sem amor não faz.”
Bertrand Russel

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Io sono l'amore


Um destes dias fui ao cinema ver um filme complicado. Saí de lá sem saber se tinha gostado ou não, se tinha percebido ou não, se era mesmo aquilo em que eu estava a pensar...

Sem dúvida, um filme muito bom (confirmei as expectativas, louvado em Cannes). Todo o filme apela à sensibilidade, à sensibilidade de reconhecer o que está a acontecer na nossa vida, o que é real e o que é mentira, ilusão, ficção, o que é comandado pela nossa vontade ou se somos nós comandados como marionetas.

“A acção do filme centra-se em Emma Recchi, a matriarca de uma família da alta-burguesia milanesa há várias gerações ligada à indústria têxtil. Confrontada com a emancipação dos filhos, Emma sente o vazio e a solidão de quem perdeu a única função que dava sentido à sai vida (a de mãe dedicada). Isto porque, sendo para o marido uma espécie de troféu, nunca representou com convicção o seu papel de esposa. Mas agora que os seus filhos estão criados, e inspirando-se talvez na coragem e na honestidade que a filha demonstra ao viver aberta e livremente a sua orientação sexual diferente, Emma procura instintivamente uma libertação da gaiola em que se viu aprisionada durante anos. A possibilidade dessa libertação espreita quando conhece Antonio (…). E a paixão que nasce entre ambos revelar-se-á realmente revolucionária e libertadora para Emma. (…)
Emma é o arquétipo da mulher que não disposta a sacrificar a sua vida à tirania das aparências, escolhendo viver a difícil mas redentora verdade do amor em vez da cómoda mas destruidora falsidade das convenções. Nesse sentido, Eu sou o Amor é uma autêntica ode romântica ao poder libertador do amor e do espírito livre de uma mulher que não deixa que lhe cortem as asas do desejo.” Nuno Carvalho



quarta-feira, 26 de maio de 2010

A vida tem caminhos muito desiguais


Durante algum tempo andei meio desorientada, meio perdida...
Porém sinto que esse tempo já passou...
Pelo menos, sinto uma leveza nos movimentos, sinto-me a sorrir mais, sinto-me mais bem disposta e calma... Uma serenidade paciente...

Hoje ouvi esta música, penso que representa bem esse tempo de agitação e intranquilidade...



"O tempo vai passar, você vai ver...
Diz que vai sumir e sempre volta atrás...
Enquanto a sua imagem vai e vem, onde posso ir?...
Talvez eu siga sem você daqui pra frente,
a vida tem caminhos muito desiguais...
Vou sorrir pra tristeza agora
Vou viver os meus dias sem você."

terça-feira, 25 de maio de 2010

Matthieu Ricard, o homem mais feliz do mundo


Esta éa cópia dum artigo publicado no jornal "i" de hoje.

"O monge budista Matthieu Riccard, de 64 anos, diz que qualquer pessoa pode meditar. Vinte minutos de meditação por dia são suficientes para melhorar a sua vida. Quem o diz não é o novo guru da auto-ajuda que acaba de chegar às estantes da bomba de gasolina, mas o braço-direito de Dalai Lama, o monge Matthieu Ricard.
O francês de 64 anos foi até considerado o homem mais feliz do mundo, apesar de ficar embaraçado com o apelido. "Como podem dizer que sou o mais feliz do mundo se não analisaram todas as pessoas?", questiona a rir Matthieu Ricard.

O i devolve a explicação. O monge participou numa investigação da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, sobre os efeitos a curto e médio prazo da meditação nas funções cerebrais e deixou os cientistas de boca a aberta. Pode dizer-se que literalmente rebentou a escala da felicidade. "Quando fui convidado a participar no estudo, pensava que o efeito da meditação não se iria notar. Mas foi impressionante, os cientistas ficaram muito entusiasmados."

O cérebro do monge foi monitorizado, o que significou colar 256 sensores na cabeça durante três horas. A escala de felicidade, criada para a investigação (testada em centenas de pessoas) ia de um mínimo de felicidade, +0.3, ao máximo: -0.3. Matthieu Ricard atingiu -0.45.

Desde 2000 que Matthieu Ricard tem convencido outros monges experientes - com mais de 10 mil horas de meditação - a juntarem-se às investigações de neurociência e tem feito várias conferências para divulgar estas descobertas.

Acabado de chegar de mais um estudo nos Estados Unidos, Matthieu Ricard está pela quinta vez em Portugal. Amanhã dará uma conferência na Aula Magna, em Lisboa, sobre "neurociência e felicidade". "Quero mostrar uma nova maneira de ver o cérebro. Não há dúvidas de que devemos ir à escola para estudar ou de que quando temos um hobby, seja tocar piano ou fazer jogging, temos de treinar, o mesmo se passa com o cérebro. Temos de o trabalhar para sermos mais felizes. A felicidade é complexa e tem de vir de dentro de nós e não ficar dependente do exterior, senão vivemos numa montanha-russa."

Para exemplificar melhor, o monge apressa-se a apresentar mais um estudo - talvez, seja um tique de ex-cientista. Aqui vai. Dividiram 30 pessoas, sem experiência em meditação, em dois grupos. Ao primeiro grupo pediram que, durante oito semanas, meditassem 20 minutos por dia. O outro ficou com a tarefa mais fácil: continuar a vida normal sem meditar. No final, o grupo que meditou tinha níveis de felicidade mais elevados e menos ansiedade. Até a pressão arterial estava mais baixa. "A meditação deve ser levada a sério. Se fazemos tudo para ter um corpo saudável, também devemos investir na mente. Arranja-se sempre tempo para a meditação", diz.

Outro conselho do monge é: "ser altruísta compensa". Aquela coisa da sociedade ocidental - cada um por si - afinal não resulta assim tão bem. "Um grupo de investigadores norte-americanos deu 15 dólares a dois grupos de jovens para gastarem durante uns dias. O primeiro só podia comprar coisas para si. O segundo teve de gastar o dinheiro com os outros, dar comida a pessoas que precisavam ou a levar alguém a passear. O primeiro grupo ficou aborrecido, enquanto o segundo registou níveis de felicidade muito mais elevados", diz o monge.

Matthieu Ricard nasceu no meio de intelectuais. Tomava café com prémios Nobel, jantou com Cartier-Bresson e almoçou com Stravinsky. Filho do filósofo Jean-François Revel e doutorado em Genética Molecular pelo Instituto Pasteur, Matthieu estava traçado para uma carreira académica de sucesso. Mas tudo mudou em 1967. "Vi um bonito documentário com os grandes mestres do Tibete e pensei: 'Quero ser assim.'" Em 1972 trocou de vez a França pelos Himalaias. Conheceu Dalai Lama através do seu professor Kangyur Rinpoche e há mais de 20 anos que é o tradutor e braço-direito de sua santidade.

Matthieu Ricard é também fotógrafo e autor de diversos livros sobre meditação, incluindo o bestseller "The Monk and the Philosopher" - um diálogo com o seu pai. Pelo meio arranja sempre tempo para os 14 projectos de solidariedade social."

segunda-feira, 24 de maio de 2010

“A Conquista da Felicidade”, parte 1.3 (O Espírito de Competição)


“Se se perguntar a um americano ou a um homem de negócios inglês o que estraga mais o seu prazer da existência, ele responderá: ‘a luta pela vida’. Di-lo-á com toda a sinceridade, pois pensa assim. Em certo sentido isso é verdade, mas noutro, e muito importante, essa afirmação é profundamente falsa.”

“É muito estranho que apenas poucos homens compreendam que não estão irremediavelmente amarrados à engrenagem torturante de um trabalho monótono e que a maioria continue presa ao seu rodar só por não se aperceber que com esse trabalho não alcança plano mais elevado.”

“Nunca lhes vem à ideia que ele é uma vítima da ambição e talvez, na realidade, isso não seja a verdade exacta, como também a viúva indiana que se sacrificava na pira funerária do marido não era absolutamente o que parecia ao observador europeu.”

“Enquanto ambicionar o êxito e estiver convencido que é dever do homem procurá-lo com afã, enquanto considerar aquele que o não procura como uma pobre criatura, a sua vida continuará a ser demasiado concentrada e demasiado inquieta para poder ser feliz.”

“Além disso, mede-se a inteligência pelo dinheiro que se ganha. Um homem que ganha um dinheirão é um homem inteligente; um que não ganha tanto, não é. Ora ninguém gosta de ser tomado por imbecil. Por isso, quando o mercado está irregular, os homens sentem o mesmo que os estudantes em épocas de exame.”

“A raiz do mal reside no facto de se insistir demasiadamente que no êxito da competição está a principal fonte de felicidade.”

“Como nas profissões liberais nenhum estranho pode distinguir se um médico sabe na realidade muito de medicina ou se um advogado conhece profundamente as leis, é mais fácil julgar os méritos de cada um pelos rendimentos que lhes são atribuídos através do seu nível de vida.”

“No séc. XVIII, uma das características do gentleman era tirar um prazer sentencioso da literatura, da pintura e da música. Nos nossos dias podemos discordar desse gosto, mas temos de reconhecer que ele era pelo menos sincero. Presentemente, o homem rico procura ser um tipo completamente diferente. Nunca lê. Se deseja criar uma galeria de pintura, para aumentar a sua fama, encarrega peritos de escolherem os quadros; o prazer que sente não é o prazer de contemplar as telas, mas sim o de impedir que outro ricaço qualquer as possua.”

“A importância do espírito de competição na vida moderna está em relação com o declínio do nível de cultura, tal como sucedeu em Roma depois do século de Augusto. Homens e mulheres parece terem-se tornado incapazes de apreciar os prazeres mais intelectuais. A arte da conversação, por exemplo, levada à perfeição nos salões franceses do século XVIII, era ainda há quarenta anos uma tradição viva. Era uma das artes mais delicadas, que requeria grandes faculdades de espírito, mas a sua finalidade era absolutamente evanescente.”

“O conhecimento da boa literatura, que era universal entre as pessoas educadas de há cinquenta anos, está agora confiado a poucos professores. Todos os prazeres mais tranquilos foram abandonados.”

“O mal não está simplesmente no indivíduo, nem o indivíduo sozinhos pode impedi-lo no seu próprio caso isolado. O mal reside na filosofia de vida geralmente admitida, que concebe a existência como uma luta, uma competição, na qual é devido respeito ao vencedor. Esta concepção leva as pessoas a cultivarem indevidamente a vontade, a expensas do sentimento e da inteligência. Possivelmente, dizendo isto, nós pomos o carro à frente dos bois.”

Aqueles a quem a sua concepção de vida lhes causa tão pouca felicidade que não desejam gerar filhos, estão biologicamente condenados.”

“O espírito de competição, considerado como a principal razão da vida, é demasiado inflexível, demasiado tenaz, demasiado composto de músculos tensos e de vontade decidida para servir de base possível à existência durante mais de uma ou duas gerações. Depois desse espaço de tempo, deve produzir-se uma fadiga nervosa, vários fenómenos de evasão, uma procura de prazeres tão tensa e tão penosa como o trabalho (pois o afrouxamento tornou-se impossível) e finalmente o desaparecimento da raça devido à esterilidade. Não somente o trabalho é envenenado pela filosofia que exalta o espírito de competição mas os ócios são-no na mesma medida. O género de descanso que acalma e restaura os nervos chega a ser aborrecimento. Produz-se fatalmente uma aceleração contínua cujo fim normal são as drogas e a ruína. O remédio consiste na aceitação de uma alegria sã e serena como elemento indispensável ao equilíbrio ideal da vida.”
Bertand Russel

domingo, 23 de maio de 2010

It's only rock n'roll


O meu signo dizia assim ontem: "Terá bem claro dentro de si que o passado já não faz mais nenhum sentido. Começa a abertura para o novo ciclo que se aproxima, mais calmo e seguro."

Pois bem, após ter ligado o motor para seguir caminho e a bateria ter ido abaixo algumas vezes, sinto agora a brisa que o vidro aberto da janela me proporciona...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

"A Conquista da Felicidade", parte 1.2 (A Infelicidade Byroniana)


"O sábio será tão feliz quanto as circunstâncias lho permitam, e se achar dolorosa a contemplação de um determinado ponto do universo, poderá contemplar qualquer outro. É isto o que eu procuro provar no presente capítulo. Desejo convencer o leitor de que, seja qual for o argumento, a razão não é um obstáculo à felicidade."

"(...) precisamos distinguir entre um estado de alma e a sua expressão intelectual. Não se discute com um estado de alma; este pode ser modificado por qualquer acontecimento feliz, ou por alguma mudança no nosso estado físico, mas nunca por um argumento."

"O animal humano, como os outros animais, está adaptado para uma certa luta pela vida e quando, graças à sua riqueza, o homo sapiens pode satisfazer todos os desejos sem esforço, a simples ausência do esforço na sua vida afasta dele um elemento essencial de felicidade. O homem que adquire facilmente as coisas pelas quais sente apenas um desejo moderado, conclui que a realização do desejo não dá felicidade."

"Não pode haver valor no todo a não ser que haja valor nas partes. A vida não pode ser concebida como um melodrama em que o herói e a heroína atravessem desgraças incríveis de que são compensados por um final feliz."

"Bendito seja Deus, a mais humilde das
Suas criaturas
Pode ostentar uma alma com duas faces:
Uma para enfrentar o mundo,
A outra para mostrar à mulher amada!"

"De maneira nenhuma perdi a fé no amor, mas o género de amor em que acredito não é aquele que os vitorianos admiravam; é intrépido e vigilante, permite ao mesmo tempo o conhecimento do bem e não implica o esquecimento do mal, nem pretende ser sagrado ou santificado. A atribuição destas qualidades ao amor, tal como era então admirado, resultava do tabu sexual. O vitoriano estava profundamente convencido de que era imoral tudo quanto se relacionasse com o sexo e precisava de empregar adjectivos exagerados para o amor que podia aprovar. Havia mais desejo sexual do que há agora e isso sem dúvida lavava as pessoas a exagerarem a importância da sexualidade, tal como os ascetas sempre o fizeram.
Vivemos presentemente um período bastante confuso e muitas pessoas abandonaram já as ideias antigas sem terem ainda adquirido outras novas. Isso causa-lhes várias perturbações, e como o seu inconsciente continua fiel aos velhor conceitos, as perturbações, quando se produzem, geram desespero, remorsos e cinismo."

"Não é fácil explicar em poucas palavras as razões porque se aprecia o amor; no entanto vou tentar fazê-lo. Em primeiro lugar o amor deve ser apreciado - e esta razão, embora não seja a de maior importância, é essencial a todo o resto - como sendo em si mesmo uma fonte de prazer.
Oh amor! Muito te injuriam
Os que dizem que a tua doçura é fel,
Quando o teu rico fruto é tal
Que nada pode ser mais doce.
O amor anónimo destas linhas não procurava uma solução para o ateísmo, nem uma chave para os enigmas do universo; procurava apenas a sua satisfação íntima. E não somente o amor é uma fonte de prazer, mas também a sua ausência é origem de sofrimento. Em segundo lugar, o amor deve ser apreciado porque dá realce aos melhores prazeres da vida, tais como o ouvir música, o assistir ao nascer do sol nas montanhas, o ver a luz do luar espelhada nas águas. Um homem que nunca gozou a contemplação das coisas belas na companhia da mulher amada, nunca sentiu plenamente o poder mágico que dessas coisas se desprende. Além do mais, o amor pode quebrar a dura concha do Eu, pois é uma forma de cooperação biológica, na qual as emoções de cada um são necessárias à satisfação dos propósitos instintivos do outro."

"O verdadeiro amor é uma chama eterna
No espírito para sempre ardente,
Nunca adoece, nunca morre, nunca esfria,
Por si próprio nunca se desvia."

"A todos os jovens de talento que divagam sobre o tema de que não há nada a fazer neste mundo, eu diria: "Não tente escrever, pelo contrário, procure não escrever. Vá correr o mundo. Faça-se pirata, rei no Bornéu, trabalhador na Rússia Soviética; consagre-se a uma existência em que a satisfação das mais elementares necessidades físicas dê emprego a quase todas as energias."
Bertrand Russel

terça-feira, 18 de maio de 2010

domingo, 16 de maio de 2010

Positive


"Discover power by focusing, in every situation, on what is possible, what you can do, and by alwayslooking for benefits and opportunities no matter what life brings."

Butterfly


"Explore the world with all your senses - immerse yourself fully in the beauty and mistery of life."

Hope


"By looking to the future and pursuing your dreams with optimism, you will discover the power of spirit to transform dreams into reality."

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ser sensitiva e agradecida



Apesar de gostar muito de Massive Attack e de já ter estado presente em dois concertos, incrivelmente não conhecia esta música.
Fiquei a conhecê-la esta semana, graças à Rádio Nova. É uma cover da música homónima de William de Vaughn (1974) e está presente no primeiro álbum "Blue Lines" de 1991.
A letra não é nada de especial, é até um pouco mediocre. No entanto, a música, a sonoridade, o embalo, não pode deixar indiferente alguém neste mundo. A mim não deixa, de certeza...

Sou muito sensível a este tipo de manifestações... Diria antes sensitiva. Mexe comigo. Não consigo ficar insensível, não consigo ignorar, não consigo manter a frieza. Fico com um daqueles sorrisos marotos, fico bem-disposta, suspiro por dentro (se estou sozinha)...
Aii, enfim...

Porém, o título da música é muito inspirador, ou melhor, outro tipo de inspiração!!! Faz-nos pensar como às vezes somos mal agradecidos com a vida que temos, com as pessoas que nos rodeiam (e mesmo com os bens materiais que são mais do que suficientes).

O maior desafio é associar o título ao vídeo: confesso que fiquei muito intrigada, mas penso que consegui chegar lá...


Massive Attack - Be Thankful For What You've Got

Sungjae | Vídeo do MySpace


domingo, 9 de maio de 2010

"A Conquista da Felicidade", parte 1.1 (O que torna as pessoas infelizes?)



“Se o leitor é infeliz, está naturalmente preparado para admitir que a sua infelicidade não é uma excepção. Se é feliz, pergunte a si mesmo quantos dos seus amigos o são.”

“Liberte-se do seu próprio eu e deixe-se penetrar sucessivamente pela personalidade das pessoas que o rodeiam. Descobrirá que cada uma dessas multidões diferentes tem as suas inquietações próprias. Na azáfama da hora do trabalho, verá ansiedade, concentração excessiva, dispepsia, falta de interesse por tudo que seja alheio à sua luta, incapacidade para se divertir, ignorância a respeito dos seus semelhantes. Em qualquer estrada num fim-de-semana, verá homens e mulheres que gozam vida confortável, alguns mesmo bastante ricos, empenhados na perseguição do prazer. (…) todos os ocupantes de todos os automóveis vão absorvidos pelo desejo de ultrapassar o carro que vai à frente, mas não o podem fazer por causa da multidão; se o seu pensamento se evade dessa preocupação, o que pode suceder àqueles que não vão ao volante, um aborrecimento irreprimível apodera-se logo deles e marca nas suas feições o habitual descontentamento.”

“Observe agora as pessoas num local de diversões nocturnas. (…) Julga-se geralmente que a bebida e a intimidade conduzem à alegria; assim, as pessoas embebedam-se rapidamente e procuram não reparar quanto os seus companheiros lhes desagradam. (…) Tudo o que o álcool faz por eles é libertar-lhes o sentimento de culpa, que a razão abafa nos momentos normais.”

“O meu propósito é sugerir um remédio para a vulgar infelicidade do dia-a-dia, de que sofre a maior parte dos habitantes dos países civilizados, e que, não tendo verdadeira causa exterior que a determine, se torna ainda mais difícil de suportar por parecer inevitável. Creio que esta infelicidade é devida em grande parte a erradas ideias sobre o Mendo, erradas éticas, errados hábitos de vida que provocam a destruição desse gosto natural e desse apetite pelas coisas realizáveis de que depende afinal toda a felicidade, tanto dos homens como dos animais.”

Quando a vaidade é levada a um tal ponto, não há interesse sincero noutra pessoa e por consequência não pode haver real satisfação no amor.”

“O amor do poder, tal como a vaidade, é elemento importante na natureza normal do homem e assim deve ser compreendido; torna-se deplorável somente quando é excessivo ou está associado a uma percepção insuficiente da realidade.”

“As causas psicológicas da infelicidade, é claro, são muitas e variadas, mas todas têm alguma coisa de comum. O homem infeliz típico é o que, tendo sido privado na juventude dalguma satisfação normal, acaba por apreciar essa satisfação mais do que qualquer outra, e imprime assim à sua vida uma direcção unilateral, obstinando-se na sua realização sem tomar interesse pelas actividades a ela ligadas. Há, porém, outro tipo, muito comum nos nossos dias, o do homem que se sente tão profundamente descontente, que não procura nenhuma satisfação, mas sim a distracção ou o esquecimento. Torna-se, então, um devoto do “prazer”. Isto quer dizer que procura tornar a vida suportável vivendo-a menos.”

“Os homens que são infelizes, como os homens que dormem mal, mostram-se sempre orgulhosos por esse facto.”

“Suponho que muito poucos homens recusariam deliberadamente a felicidade se vissem um meio de a conseguir.”
Bertrand Russel

sábado, 8 de maio de 2010

"A Conquista da Felicidade", parte 0



"Este livro não se destina aos eruditos nem às pessoas que encaram um problema prático simplesmente como motivo de conversação. Nas páginas que se seguem, não se encontra uma filosofia profunda nem uma vaga erudição. O meu único desejo foi reunir algumas observações inspiradas pelo que julgo ser o bom senso. Todo o mérido que reivindico para as fórmulas que ofereço ao leitor reside no facto de serem confirmadas pela minha própria experiência e observação e de terem aumentado a minha felicidade sempre que agi de acordo com elas. Por isso ouso esperar que alguns dos muitos homens e mulheres que sofrem sem se conformar com o seu sofrimento nelas encontrem o diagnóstico do seu mal e descubram os meios de lhe dar remédio. Foi na convicção de que muitas pessoas que são infelizes poderiam tornar-se felizes graças a um esforço bem dirigido, que escrevi neste livro."
Bertrand Russel, prefácio de "A Conquista da Felicidade"

Tem sido este o meu cavalo de batalha.

domingo, 2 de maio de 2010

Fazer o que ainda não foi feito



Há uns tempos ouvi da boca duma pessoa brilhante esta consideração "Quem ama não trai".
Facilmente pensarão que isto foi dito por alguém que foi traído e, com o orgulho ferido, acabou tudo com o companheiro(a).
Nada mais errado: foi exactamente o contrário o que se passou.

Este desabafo foi tido por uma pessoa que traiu. E aquele acto único foi a luz que iluminou o caminho que recusava ver.
Foi o interruptor que fez o clic para a mudança. Foi a visão do óbvio: aquele amor tinha acabado há muito, já não passavam de duas pessoas que viviam debaixo do mesmo tecto.
(E estava ao seu alcance não desrespeitar e enganar aquela pessoa e abençoar os anos que tinham sido felizes juntos.)

Adriana

sábado, 1 de maio de 2010

Ora aí está...



"Os homens que nos seguem com o olhar são os que merecem ser amados. Não estou a falar dos senhores dos andaimes, estou a falar dos homens que, às vezes, não tendo muito mais para nos oferecer, oferecem-nos tudo o que têm e num olhar pode estar o mundo inteiro. Deles.
Lembrei-me dessa intensidade do olhar pelo oposto disto. Pelos arrogantes que, julgando ter o mundo na mão, nem se dão ao trabalho de olhar, de seguir, de pairar. (...)
Os homens que nos seguem com o olhar às vezes não têm cartão de crédito nem conhecem o leasing, mas depositam em pouco mais do que um frame a vontade de amar."
Cidália Dias, 24 de Abril de 2010