Como está o meu espírito? Há dias em que me sinto alegre, outros furiosa, outros maravilhosa, outros desiludida. Entendo que poderemos conhecer-nos melhor se compreendermos essas sensações. Este blog é o meu dia-a-dia de sentimentos. Partilhem as vossas sensações e sensibilidades também.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
"A Conquista da Felicidade", parte 1.9 (O Medo da Opinião Pública)
“Quase toda a gente, para ser feliz, tem necessidade dum ambiente simpático. Para a maioria dos homens, naturalmente, o ambiente em que o acaso os colocou é simpático. Impregnaram-se de preconceitos na juventude e instintivamente adaptaram-se às crenças e costumes que encontraram em sua volta. Mas para uma grande minoria, que praticamente inclui todos os que têm algum mérito intelectual ou artístico, essa atitude de submissão é impossível.”
“para a maioria dos jovens excepcionalmente dotados, a adolescência é um período de extrema infelicidade. Para os seus camaradas mais vulgares pode ser uma época de alegria e de prazer, mas eles precisam qualquer coisa de mais sério que não encontram nos mais velhos, nem nos da mesma idade, no meio social em que o acaso os fez nascer.”
“se o seu trabalho o obriga a viver nalguma cidade mais pequena, e especialmente se precisa de atrair o respeito das pessoas vulgares, o caso, por exemplo, do médico ou do advogado, pode durante toda a vida ser constrangido a ocultar os seus verdadeiros gostos e opiniões à maior parte das pessoas com quem diariamente convive.”
“A opinião pública é sempre mais tirânica para aqueles que a temem verdadeiramente do que para os que se lhe mostram indiferentes. Um cão ladra com mais força e morde mais facilmente quando as pessoas se assustam do que quando manifestam indiferença, e a sociedade humana tem qualquer coisa que se assemelha. Se vos mostrais assustados, dais-lhes a esperança de uma boa caçada, ao passo que se vos mostrais indiferentes eles principiam a duvidar do seu próprio poder e deixar-vos-ão tranquilo.”
“Pouco a pouco torna-se possível adquirir a reputação do excêntrico ao qual são permitidas coisas que nos outros homens seriam consideradas imperdoáveis.”
“É como a teoria que diz que se descobre sempre o assassínio. Evidentemente, todos os assassínios que conhecemos foram descobertos, mas quem pode saber quantos houve de que nunca se ouviu falar? Da mesma forma, todos os homens de génio de que ouvimos falar triunfaram das circunstâncias adversas, mas isso não é razão para supor que não tenha havido muitos outros que sucumbissem na juventude.”
“Os argumentos dos pais não devem ser uma razão suficiente para abandonar a tentativa. Se, a despeito de tudo o que eles digam, realizar esse intento, eles mudarão depressa de ideias, muito mais depressa, de facto, do que vós e eles supunham.”
“Penso que, em geral, à parte a opinião dos peritos, dispensa-se demasiado respeito às opiniões dos outros, tanto nas grandes questões como nas pequenas. Deve-se em regra respeitar a opinião pública na medida em que é necessário evitar a miséria ou a prisão, mas tudo o que ultrapasse esses limites é uma submissão voluntária a uma tirania inútil e é susceptível de embaraçar a felicidade de muitas formas.”
“A melhor maneira de aumentar a tolerância é multiplicar o número de indivíduos que gozem de verdadeira felicidade e cujo principal prazer não seja causar sofrimentos aos outros homens seus irmãos.”
Bertrand Russel
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