domingo, 22 de janeiro de 2012

The gold key


The ultimate questions of our life: where do I go? what do I do? what is this all about?... this eternal confusion. And even more than this, this drawing also represents the idea of always questioning the things you do. Never stop questioning.
You should never stand by without taking a position. You have to face the things that will happen to you, you have to confront the media, the governments, the people who pretend they know everything and who say they can control your life.
Questioning, exploring and investigating everything yourself, that's the key. Never give up."
Johnny Deep



quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

"O mundo que estamos a criar"


"O que transpira no actual discurso governamental é não só indiferença face ao empobrecimento generalizado dos portugueses, como a ideia implícita de que esse empobrecimento é moralmente bom, "purifica", regenera. Salazar pensava assim, que a pobreza era uma virtude e muitos dos nossos governantes como acham que tudo o que a mão do Estado toca é por natureza impuro, aconselham dieta aos magros, como se a mortificação a que eles presidem fosse um castigo divino executado pela troika e seus mandantes.

Passos Coelho retirou 25% do poder de compra a centenas de milhares de portugueses, que estão longe de ser mais do que remediados, na melhor das hipóteses, e não teve para com eles uma palavra sequer. Bem pelo contrário, apontou-os no dia seguinte como priveligiados, e como alvo para todos os trabalhadores do sector privado. Nem o Ministro das Finanças nem o Ministro da Economia são capazes de incorporar no seu discurso algo que revele qualquer preocupação social pelo efeitos das medidas que tomam. Bem pelo contrário, aparece desprezo e um certo revanchismo social, seja por ignorância do que é o País, seja por razões ideológicas. O modo como se trata da questão do desemprego, é pelo menos, chocante na sua abstração. Para eles, estar desempregado é uma pura abstração, um número, uma estatística, infeliz por cento, mas nada mais.

(...) Ou será que alguém pensa que um banqueiro, desses que influenciaram e patrocinaram a política de todos os nossos governos, tem menos culpas do que um motorista da Carris? É que parece que sim." Pacheco Pereira, in Sábado

Este texto foi escrito entre Novembro e Dezembro de 2011 (não posso precisar a data), na crónica semana "A lagartixa nunca chegará a jacaré". Para além dela evidenciar a austeridade que todos estamos a ser alvo (raios partam esta palavra!), ela sustenta a falta de sensibilidade do actual Governo na aplicação das medidas: é a ferro e fogo.
Serve esta mensagem para recordar daqui a uns tempos o que passamos.