sexta-feira, 28 de maio de 2010

Io sono l'amore


Um destes dias fui ao cinema ver um filme complicado. Saí de lá sem saber se tinha gostado ou não, se tinha percebido ou não, se era mesmo aquilo em que eu estava a pensar...

Sem dúvida, um filme muito bom (confirmei as expectativas, louvado em Cannes). Todo o filme apela à sensibilidade, à sensibilidade de reconhecer o que está a acontecer na nossa vida, o que é real e o que é mentira, ilusão, ficção, o que é comandado pela nossa vontade ou se somos nós comandados como marionetas.

“A acção do filme centra-se em Emma Recchi, a matriarca de uma família da alta-burguesia milanesa há várias gerações ligada à indústria têxtil. Confrontada com a emancipação dos filhos, Emma sente o vazio e a solidão de quem perdeu a única função que dava sentido à sai vida (a de mãe dedicada). Isto porque, sendo para o marido uma espécie de troféu, nunca representou com convicção o seu papel de esposa. Mas agora que os seus filhos estão criados, e inspirando-se talvez na coragem e na honestidade que a filha demonstra ao viver aberta e livremente a sua orientação sexual diferente, Emma procura instintivamente uma libertação da gaiola em que se viu aprisionada durante anos. A possibilidade dessa libertação espreita quando conhece Antonio (…). E a paixão que nasce entre ambos revelar-se-á realmente revolucionária e libertadora para Emma. (…)
Emma é o arquétipo da mulher que não disposta a sacrificar a sua vida à tirania das aparências, escolhendo viver a difícil mas redentora verdade do amor em vez da cómoda mas destruidora falsidade das convenções. Nesse sentido, Eu sou o Amor é uma autêntica ode romântica ao poder libertador do amor e do espírito livre de uma mulher que não deixa que lhe cortem as asas do desejo.” Nuno Carvalho



1 comentário:

Paulo Dias disse...

Talvez as duas... Comandamos e somos comandados...