Como está o meu espírito? Há dias em que me sinto alegre, outros furiosa, outros maravilhosa, outros desiludida. Entendo que poderemos conhecer-nos melhor se compreendermos essas sensações. Este blog é o meu dia-a-dia de sentimentos. Partilhem as vossas sensações e sensibilidades também.
sábado, 7 de agosto de 2010
"A Conquista da Felicidade", parte 1.8 (A Mania da Perseguição)
“as pessoas experientes desconfiam da veracidade das histórias dos que se dizem maltratados por toda a gente; pela sua falta de simpatia, esses infelizes tendem a confirmar a opinião de que o mundo inteiro está contra eles. De facto, a sua perturbação torna-os de difícil tratamento, pois tanto se irritam com a simpatia como com a falta de simpatia.”
“Uma das formas mais universais de irracionalidade é a atitude tomada por quase toda a gente em relação às conversas maldizentes. Muito poucas pessoas sabem resistir à tentação de dizer mal dos seus conhecimentos e mesmo, se a ocasião se proporciona, dos seus amigos; no entanto, quando sabem que alguma coisa foi dita em seu desabono, enchem-se de espanto e indignação. Certamente nunca lhes ocorreu ao espírito que da mesma forma que dizem mal de não importa quem, alguém possa dizer mal deles. (…) Nunca nos ocorre que não devemos exigir que os outros pensem melhor do que nós pensamos a respeito deles e não nos ocorre porque aos nossos olhos os méritos que temos são grandes e evidentes ao passo que os dos outros, se na realidade existem, só são reconhecidos com certa benevolência.”
“Se a todos fosse dado o poder mágico de ler nos pensamentos dos outros, suponho que o primeiro resultado seria o desaparecimento de toda a amizade; o segundo, no entanto, podia ser excelente, pois um mundo sem amigos tornar-se-ia tão intolerável que talvez aprendêssemos a amar-nos uns aos outros sem necessidade de um véu de ilusão a ocultar que mutuamente não nos consideramos absolutamente perfeitos.”
“Estes exemplos sugerem quatro princípios gerais que, se a sua verdade for suficientemente compreendida, podem ser remédio apropriado para a mania da perseguição: 1.º - lembrai-vos que os vossos desígnios não são sempre tão altruístas como vos parecem; 2.º - não avalieis exageradamente os vossos próprios méritos; 3.º - não espereis que os outros se interessem tanto por vós como vós próprios; 4.º - não imagineis que a maior parte das pessoas pense suficientemente em vós para ter algum especial desejo em vos perseguir.”
“A imensa maioria das acções das pessoas, mesmo as mais nobres, tem razões egocêntricas, e não lamentamos o facto, pois se fosse doutra forma a raça humana não poderia sobreviver.”
“Em todas as nossas relações com os outros, especialmente com aqueles que nos são mais próximos e mais queridos, é importante, e nem sempre fácil, lembrarmo-nos que eles vêem a vida do seu ponto de vista pessoal e em relação ao seu próprio Eu e não do nosso ponto de vista e em relação ao nosso Eu.”
Bertrand Russel
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
"A Conquista da Felicidade", parte 1.7 (O Sentimento de Culpa)
“Hoje sabemos que em cada uma das partes do mundo a consciência impõe actos diferentes e que, de uma maneira geral, em toda a parte, está de acordo com os costumes dos diferentes povos.”
“Quais são os actos realmente nocivos que tentam o homem médio? Práticas pouco honestas nos negócios mas de forma que não sejam punidas pela lei; rudeza para com os empregados, crueldade para com a mulher e os filhos, malevolência a respeito dos rivais, ferocidade nos conflitos políticos – tais são os pecados realmente nocivos mais frequentes entre os cidadãos respeitáveis e respeitados.
Por meio desses pecados um homem espalha a miséria em sua volta e contribui para destruir a civilização.”
“Na verdade, o sentimento de culpa está longe de fazer a vida feliz. Pelo contrário, torna o homem infeliz e dá-lhe um sentimento de inferioridade. Sentindo-se infeliz o homem está inclinado a ter a respeito dos outros exigências que são excessivas e que o impedem de encontrar a felicidade nas suas relações pessoais. Sentindo-se inferior, terá má vontade para aqueles que lhe parecem superiores. Para ele a admiração é difícil e a inveja é fácil.”
“No amor apaixonado, na feição dos pais, na amizade, na benevolência, na devoção às ciências ou às artes, nada há que a razão deseje diminuir. O homem racional, quando sente essas emoções, ficará contente por as sentir e nada deve fazer para diminuir a sua intensidade, pois todas elas fazem parte da verdadeira vida, isto é, da vida cujo objectivo é a felicidade, a própria e a dos outros.”
“Nada é tão deprimente como estar fechado em si mesmo, nada é tão consolador como ter a sua atenção e a sua energia dirigidas para o mundo exterior.”
“A felicidade que exige intoxicação de não importa que espécie, é falsa e não dá qualquer satisfação. A felicidade que satisfaz verdadeiramente é acompanhada pelo completo exercício das nossas faculdades e pela compreensão plena do mundo em que vivemos.”
Bertrand Russel
domingo, 1 de agosto de 2010
Contraluz
Os sinais que tanto tenho falado neste blog, estão lá no filme.
O destino, moldado por nós próprios.
Os caminhos estão lá, os símbolos também.
É só uma questão de estar atento e querer e saber segui-los...
Ter a noção de que somos úteis, em qualquer circunstância, em momentos mais ou menos esperados.
(...até lá, VIVE em contraluz...)
sábado, 31 de julho de 2010
Summer wine
Strawberries cherries and an angel's kiss in spring
My summer wine is really made from all these things
;-)
My summer wine is really made from all these things
;-)
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Eu fui o fogo a queimar o ar que há em mim
...the light has changed...
Natalie Imbruglia - Want
Enviado por Virgilio-Spettacolo. - Videos de musica, clipes, entrevista das artistas, shows e muito mais.
Natalie Imbruglia - Want
Enviado por Virgilio-Spettacolo. - Videos de musica, clipes, entrevista das artistas, shows e muito mais.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
O Altruísmo
No passado mês de Março, assisti a uma conferência do monge budista Matthieu Ricard no Porto (ver http://irresistiblegrasp.blogspot.com/2010/05/matthieu-ricard-o-homem-mais-feliz-do.html). A temática desta sessão foi o altruísmo. Ao longo daquelas horas, consegui captar algumas ideias do “homem mais feliz do mundo” e, com essas mesmas ideias, criar os meus próprios pensamentos e reflexões. Decidi não partilhá-las naquele dia e guardá-las para um momento mais assertivo. Esta semana tenho andado a pensar numa atitude egoísta duma pessoa que “magoou” psicologicamente meia dúzia de conhecidos e fisicamente dezenas de desconhecidos. Quando não se age com o coração, todos os actos são artificiais e a falta de espírito reflecte-se mais cedo ou mais tarde. Eis…
É possível construir uma sociedade mais altruísta? Sim, para isso:
1) é preciso evitar os comportamentos egoístas;
2) é preciso cultivar o altruísmo em nós;
3) é preciso passar duma transformação pessoal para uma transformação social e cultural.
É também essencial perceber o que é, verdadeiramente, o altruísmo, já que há uma espécie de teoria de egoísmo universal, “provado” pela economia, pela psicologia, pela “teoria da evolução”.
A Teoria da Evolução e o Altruísmo - Factores de cooperação
O único fim da selecção natural era a propagação de genes e o altruísmo só existiria se fosse com o objectivo de facilitar essa propagação. Esta teoria não atribui um sentido verdadeiro ao altruísmo. No entanto, ao longo do tempo, observou-se que determinados comportamentos como a violência doméstica e a escravatura passaram a ser condenados, o que prova que se evoluiu mais depressa culturalmente do que geneticamente. Se se comparar uma sociedade altruísta e uma sociedade egoísta, observa-se que a sociedade egoísta elimina-se por si só: os elementos que a compõem vão estar sempre a competir uns com os outros. Por outro lado, a sociedade altruísta partilha e dessa forma cresce por si só, evolui.
Altruísmo
É a aspiração para agir de forma a que todas as pessoas sejam felizes.
Como estender o altruísmo às pessoas que se comportam contra nós, às pessoas de quem não gostamos?
Claro que ninguém acorda de manhã e deseja o mal aos outros; no entanto, são os nossos comportamentos que provocam esse sofrimento nos outros. E a compaixão que pode marcar a diferença.
Fundamentalmente, o altruísmo deseja a felicidade do outro e pretende eliminar todas as formas de sofrimento, por isso o altruísmo pode ser aplicado a quem nos fez mal, ao nosso “adversário”.
Por exemplo, num ditador, o altruísmo poderá actuar na compreensão e na eliminação das causas internas que o fez agir com maldade para com outras pessoas. Pretende-se, assim, diminuir o máximo possível a dor, o sofrimento, tal como a medicina. O altruísmo não é sinal de fraqueza, pelo contrário, é mostrar força para auxiliar alguém.
Quanto às emoções perturbadoras, como o ódio e a ignorância, podem usar-se antídotos. A ignorância leva a uma distorção da realidade, que surge da nossa tendência para solidificar as nossas ideias da sociedade.
Será possível e necessário cultivar o altruísmo e a compaixão incondicional? Sim, mas exige treino e esforço, e esse cultivar não é apenas durante 20 minutos diários, como fazer exercício físico, tem de ser um esforço intemporal. Trata-se de o gerar na nossa mente; o que nós podemos fazer é sentir o amor incondicional e mantê-lo durante algum tempo; quando começa a declinar, é preciso voltar a estimulá-lo. A este processo de familiarização podemos chamar meditação. E a meditação está associada à neuroplasticidade, ou seja, à capacidade que o cérebro tem de se adaptar a novas circunstâncias, emoções, situações.
Há comportamentos de falso altruísmo, por exemplo quando temos determinada acção para sermos recompensados ou reconhecidos socialmente, ou atitudes que só aparecem por sentimento de culpa.
É normal que o altruísmo cause um calor interno. Mas o mais importante é o resultado desse altruísmo: se conseguirmos alcançar harmonia, tanto melhor, desde que o objectivo seja cumprido, o de ajudar.
O altruísmo deixou de ser um luxo; desde que o egoísmo passou a ser visto com preconceito, o altruísmo passou a ser uma necessidade de todos nós.
Ao longo do tempo, preocupações com a economia predominaram e predominam sobre as preocupações, por exemplo, ecológicas. As preocupações a médio-prazo passaram a ser a carreira, a família, … e as preocupações a longo-prazo passaram a ser a ecologia.
O mais difícil é conciliar estas três preocupações, do ponto de vista prático e empírico. O fio condutor que pode unir estas três preocupações é o altruísmo.
"I know", In Eistence, Beautiful World
quinta-feira, 15 de julho de 2010
domingo, 11 de julho de 2010
domingo, 4 de julho de 2010
Parabéns pela mulher que és...
Sabes, nunca fui muito de "melhores amigas"...
Neste momento, posso dizer-te que ganhaste a responsabilidade deste título...
(devíamos ter ido a este concerto na sexta-feira)
quinta-feira, 1 de julho de 2010
"Portrait of Joella", Salvador Dalí
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