segunda-feira, 12 de abril de 2010

Um mágico no peito



Ao longo dos últimos dias, tive oportunidade de observar muitas pessoas que me estão próximas; tive oportunidade de observar muitas formas de felicidade, muitas formas de alegria, muitas formas de encarar a vida, de desafiar, de… Bem, de fazerem de conta que vivem.

Só porque comem, bebem, riem, mostram-se, muitas formas de esconder os medos, de não encarar o desafio, de não agarrarem o touro pelos cornos.

Eu sei que cada um é feliz à sua maneira e que não devo condenar as pessoas que vivem de forma diferente da minha e que são felizes quando eu não seria naquela situação. MAS NÃO ESTOU A FALAR DISSO.

Estou a falar do faz-de-conta, estou a falar do filme As Horas, estou a falar dos ensinamentos que aquele filme oferece, estou a falar daquelas pessoas que fintam a vida…

Um dia escrevi aqui que nada me deixará mais feliz do que chegar a velha, cheia de rugas e artroses, e contar aos meus netos o quanto eu sou e fui feliz, o quanto me realizei, o quanto é importante ignorar rótulos e opiniões externas, o quanto é fundamental não viverem para se mostrar. O importante é sermos nós, não vivermos na mentira e não vivermos na dúvida de sermos felizes. Quando somos felizes, nós sabemos, nós sentimos, não precisamos de ir à procura de nada, a vida existe na nossa vida. O Sol brilha e reparamos; o vento sopra e sentimos; a chuva cai e refrescamos.

As estrelas iluminam a nossa noite e a noite existe para descansarmos para o dia que também existe e é nosso. As nuvens ensinam-nos que as sombras são fundamentais para compreendermos o nosso tamanho, os relâmpagos acordam-nos da vigília da vida adormecida, o orvalho pinta as flores com cores que sorriem os nossos olhos, as folhas torradas no chão lembram-nos que estamos a caminhar e que o fazemos de pé, de cabeça para a frente. O pólen faz-nos espirrar o sistema que Deus criou e que funciona sem darmos conta. Os animais existem para nos dar conforto e a responsabilidade como se fossem nossos filhos.

Nós somos especiais, porém só merecemos sê-lo se justificarmos com suor, com lágrimas, com sorrisos a vida que esse tal Deus nos deu.

Têm sido tão fantásticos estes dias… têm sido mesmo. Sinto-me abençoada.

Adriana
(escrito a 20 de Fevereiro de 2010)

2 comentários:

Unknown disse...

Olá, como sempre é bom e sabe bem ler o que escreves, por vezes não o mais correcto (na minha opinião)mas, escreves muito bem, boa semana para ti, até sexta...

Unknown disse...

...Quando nos interrogarmos sobre se realmente seremos felizes, deixaremos de sê-lo, certo? Porque a felicidade reside nos gostos e não nas coisas, somos felizes quando temos aquilo de que gostamos e não quando temos o que os outros acham agradável..